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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Gracila

Gracila

A cada dia que passo eu repenso meus conceitos e pré... conceitos.
A viagem foi tranqüila na estrada, com o tempo nublado a estrada estava vazia e a paisagem como sempre me fascina. Eu adoro dirigir em estrada. Não gosto nem de ouvir musica, gosto de ir olhando a paisagem, me deliciando com as imagens.
Esta viagem é mais uma vez para fazer compras no Paraguai. Eu gosto muito. Eu realmente me divirto.
Nesta viagem após andar bastante e comprar um pouco, saímos à tarde para passear. Encontramos uma praça com um lago e pedalinhos em forma de cisne.
Após o passeio de pedalinho, que merece um momento especial para descrevê-lo, após um banho de chuva torrencial, tomamos um banho e voltamos para tomar um sorvete. Ao lado da sorveteria tem uma loja de artesanato e eu, como sempre, não resisto à idéia de comprar algo para minha casa.
Andando pela exposição das peças de barro na parte externa da loja, vejo vasos e estatuas. Os vasos e estatuas são peças conhecidas e de pouco interesse. Acha-se em qualquer lugar.
Ai na parede exterior da casa eu vejo algumas peças rústicas, de barro, parecendo serem totalmente artesanais. São sois, luas e estrelas. Eu me virei para procurar alguém e perguntar o preço e levei um susto. A menos de um passo atrás de mim esta uma adolescente de uns 13 anos. Uma jovem paraguaia muito bonita, de traços suaves e delicados e uma voz melodiosa. Eu pergunto o preço e ela me responde e silencia. Nova pergunta nova resposta. Eu continuo olhando e ela me diz: tengo La artesania en el Paraguay sus. Eu demorei para entender e ela repetiu em meio espanhol, meio portugues.
Eu entrei, e fiquei extasiada. Existia dentro da casa inumeras peças de artesanato em barro, algumas belissimas.
Eu me encantei com 2 quadros de barro , rusticos, feitos a mão. Um deles retratando um trem no interior do Paraguai e outro retratando uma menina fazendo chipa como me diz Gracila.
Ela perdeu sua timidez frente a mina curiosidade e me contou sobre estas peças. Ela me disse que fazem em um vilarejo , na estrada que leva a Ipacaray. O vilarejo temu m bom barro e la tem uma cerámica. As mulheres utilizam as sobras e fazem estas peças. Ai eu entendí porque nao ha duas iguais!
As peças contam a historia do interior do país. Eu me emocionei com o entusiasmo da Gracila.
Eu realmente fiquei com vontade de conhecer um pouco mais deste país.
Comprei as duas peças e ganhei de brinde um carinhoso abraço.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

A viagem do elefante

A viagem do elefante

Eu gosto muito de ler. Eu leio muito.
Eu só me lembro de 3 situações em que parei a leitura de um livro sem finalizar. O primeiro livro que eu abandonei, sem finalizar, eu ainda tenciono reler um dia, os outros dois , eu realmente não me arrependo de ter parado a leitura, nem de ter doado o livro.
Ler é sempre, para mim, uma aventura. Ler é como viajar, conhece-se coisas novas, lugares novos, novas pessoas.
Há meses atrás eu comprei um livro de um autor que eu adoro, Saramago. O livro é “A viagem do elefante”. Saramago sempre surpreende , a narrativa sempre me prende, vou acompanhando interessada e curiosa pela próxima pagina.
Com este livro, embora fosse prazeroso de ler em seu inicio, eu empaquei, não conseguia passar da metade. Por varias vezes eu parei, tinha que recomeçar varias paginas antes. Ai eu parei. Disse a mim mesma , chega, vou dar um tempo.
Passaram-se algumas semanas e ai , em uma chuvosa tarde, de um preguiçoso sábado, retomei desde a primeira pagina , a leitura da viagem do elefante.
Eu finalmente consegui entrar no livro. Eu realmente e literalmente entrei na historia e consegui iniciar a “viagem do elefante”. A leitura fluiu porque foi fácil, desta vez, estar lá, viajando, sentindo o vento, vendo o caminho, imaginando e criando ao ler as paisagens os locais e o elefante, lógico.
Ë um bom livro, uma leitura mais leve do que habitualmente é a obra de Saramago. É uma leitura menos densa , mas não menos interessante.
Ufa! Terminei o livro.

“A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. Quando o visitante sentou na areia da praia e disse:
“Não há mais o que ver”, saiba que não era assim. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver outra vez o que se viu já, ver na primavera o que se vira no verão, ver de dia o que se viu de noite, com o sol onde primeiramente a chuva caía, ver a seara verde, o fruto maduro, a pedra que mudou de lugar, a sombra que aqui não estava. É preciso voltar aos passos que foram dados, para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. É preciso recomeçar a viagem. Sempre.”
Saramago
“’ Sempre acabamos por chegar aonde nos esperam".
Finalmente este livro conseguiu ser para mim “uma viagem”.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

baile

BAILE Do DIA DOS NAMORADOS

A memória humana é engraçada, ela privilegia mais as situações muito alegres , muito tristes ou hilárias. Esta hoje é bastante divertida, mas foi angustiante no momento em que vivenciei esta situação.
Eu me preparei muito para o baile do dia dos namorados de 1968. Foi um mês depois da data do meu aniversario de 15 anos. Minha mãe fez um lindo vestido para que eu usasse na festa. Um vestido de mangas longas e saia evase, vermelho em veludo cotele. Pouco escandaloso, né? Eu me arrumei toda , cabelo com bobs e ai touca para alisar , maquiagem impecável e ai o vestido, o fatídico vestido vermelho com camisa branca aparecendo apenas golas e punhos , cinto preto e sapatos pretos.
Saímos de casa e eu estava me sentindo maravilhosa, estupendamente linda. Chegamos a APEA (Associação Prudentina de Esportes Atléticos) para o baile e eu subindo as escadas , praticamente desfilando , dou de cara com meu namorado. Que susto!
Ele estava vestido de calça de veludo cotele vermelha, camisa branca, blusa de lã vermelha , cinto preto e sapatos pretos. Eu queria que uma cratera se abrisse e eu sumisse ali mesmo. Mas não aconteceu.
A minha raiva e minha indignação aumentaram porque tanto ele como as três “traidoras” que estavam comigo desandaram a rir convulsivamente. Que ódio!
Eu precisei de alguns minutos para me adaptar, mesmo assim sofremos com as piadinhas a noite toda.
Eu abri meu guarda roupa e realmente eu nunca mais comprei um vestido vermelho. Eu vou comprar um e vencer este ”trauma”.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Amor de antigamente

Em inicio de 1940, morando no mosteiro com uma população alemã, e com pouco contato com brasileiros da cidade, nosso pai fala apenas um pouco de português. Ele entende um pouco da língua e fala um pouco.
No inicio da semana santa do ano de 1940, em um sábado num jogo de futebol ele viu pela primeira vez Leonor, nossa mãe. Ela e as irmãs vinham de carroça para a cidade de Itaporanga. A família morava na fazenda Gaspar ente Ribeirão Vermelho do Sul (distrito de Itaporanga na época) e eles plantavam milho. Nos fins de semana, para conseguir dinheiro para comprar açúcar, óleo e sal e itens que não produziam, elas iam de carroça vender milho, pamonha (eu aprendi os segredos de uma fantástica pamonha com mamãe) e tudo o mais. Por anos ri junto com a mamãe, lembrando que elas vendiam o saudável mel e o melado de cana para comprar açúcar branco... Para usarem como remédio. Hoje mel e melado é que são remédio!
Um olhou para o outro e mamãe sempre nos lembrou o quanto o achou lindo, muito lindo. Não nos esqueçamos que a família fazia gosto que ela se casasse com um primo e ela nunca quis. O jogo foi no sábado e no dia seguinte eles ficaram se olhando e se conheceram na sacristia.
No sábado seguinte, volta mamãe, suas irmãs e primas para vender pamonha para a festa (em interior sábado de aleluia tem quermesse alem da cerimônia religiosa) e mamãe trazem seus maravilhosos cachos de rosas brancas que ela plantava para enfeitar a igreja. Quem a ajuda? Papai, lógico. Ambos muito católicos se reencontram na igreja.
Olha-se daqui, olha-se de lá e uma semana depois papai vai ao sitio e pede a mão de nossa mãe em casamento.
Atentemos para um pequeno detalhe, ela é uma mulher bonita, forte, trabalhadora, muito religiosa, mas analfabeta. Ele é um homem bonito, elegante, culto, muito religioso e fala três línguas. Ele fala em alemão e muito pouco em português. Ela fala em português, e não entende nada em alemão. A única linguagem comum foi o amor.
Foram 42 dias entre o primeiro olhar e a cerimônia de casamento e 40 anos o tempo que o casamento durou, ate o falecimento de nosso pai. Durante 40 anos nosso pai trouxe um ramalhete de flores do campo dia 02 de junho, aniversario de casamento. No inicio as flores eram mesmo colhidas no campo.
Quando esteve doente pediu a minha irmã que providenciasse as flores.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

INVERNO DE UMA VIDA

INVERNO DE UMA VIDA

Estava vendo uma imagem de jardins nas minhas fotos , ai continuei curiosa vendo jardins maravilhosos na net. Lindos jardins na Holanda, os campos de lavanda na França, encostas de hortencias azuis no Sul do Brasil, as orquídeas da Amazonia...
Pensando nas imagens eu me lembrei de um texto que li sobre as estações do ano e o tempo da vida humana.
Eu realmente concordo que a infância é como um jardim cheio de flores diferentes , misturadas, sem muita ordem. Uma brincadeira como a infância tambem é rica delas
A adolescência parece-me mais um jardim que muda. Interessante ,variado, com pontos coloridos, um verde entremeado, flores de tamanhos e formas variadas e cores exuberantes. Muda a cada modo como se olha. Como os jovens com suas mudanças de humor, de estado de espírito, de gostos e de modismos.
Estas duas fases vão sempre me lembrar a primavera com sua exuberância. Tudo brota. Tudo cresce.


Ai vem o verão, ah o verão, tempo quente de sair a rua , de buscar prazer e alegrias. Tempo de desfrutar do sol, das poucas nuvens , das chuvas rápidas. Sempre vão me lembrar as flores brancas e vermelhas, mas principalmente vão me lembrar da praia. Esta lembrança me remete ao começo da vida adulta. Sempre exuberante mas mesclado de compromissos.Se for um jardim será um jardim certinho...um jardim botânico talvez?




Ah o outono! Mês das lindas flores em final de temporada, mas principalmente mês das folhas amarelas e avermelhadas que caem abundantemente. Fase da vida adulta que já esta organizada, que se sabe o que se quer ... um campo de lavandas em Florence, quem sabe um magnífico jardim de papoulas na Holanda?





Neste texto o inverno nos remetia ao período da terceira idade, de frio, vento, cor cinza e neve. Mesmo? E as flores?




Meditei bastante e não concordo. Da para ter muita alegria e flores e cores em qualquer idade. Da para ver o sol que reflete o branco da neve. Da para brincar de olhar as nuvens .
O mais surpreendente é que também da para brotar e florir na neve!!!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Como permanecer jovem

Comecei 2012 cuidando de um pequeno problema de saude e encontrei com os amigos mais frases de desanimo e finitude, que esperança . Espantou-me ver em muitos olhos, o medo de envelhecer, como se fosse melhor interromper do que continuar.
Cada idade tem sua magia, e ai me lembrei-me deste texto de George Carllin escrito quando ele estava idoso ...e continuava animado.

COMO PERMANECER JOVEM

George Carllin

- Livre-se de todos os números não-essenciais. Isto inclui idade, peso e altura. Deixe os médicos se preocupar com eles.

- É para isso que você os paga.

- Mantenha apenas os amigos alegres. Os ranzinzas só deprimem.

- Continue aprendendo. Aprenda mais sobre o computador, ofícios, jardinagem, seja o que for, até radio-amadorismo. Nunca deixe o cérebro inativo. 'Uma mente inativa é a oficina do diabo'. E o nome de família do diabo é ALZHEIMER.
- Aprecie as coisas simples.

- Ria sempre, alto e bom som! Ria até perder o fôlego.

- Lágrimas fazem parte. Suporte, queixe-se e vá adiante. As únicas pessoas que estão conosco a vida inteira somos nós mesmos. Mostre estar VIVO enquanto estiver vivo.

- Cerque-se daquilo que ama, seja família, animais de estimação, coleções, música, plantas, hobbies, seja o que for.

Seu lar é seu refúgio.

- Cuide da sua saúde: se estiver boa, preserve-a. Se estiver instável, melhore-a. Se estiver além do que você possa fazer, peça ajuda.

- Não 'viaje' às suas culpas. Faça uma viagem ao shopping, até o município mais próximo ou a um país no exterior, mas NÃO para onde você tiver enterrado as suas culpas.

- Diga às pessoas a quem você ama que você as ama, a cada oportunidade.

E LEMBRE-SE SEMPRE:

- A vida não é medida pela quantidade de vezes que respiramos, mas pelos momentos que nos tiram a respiração.

contar historias

Ouvir historias é algo que faz parte da vida de todas as pessoas, de todas as idades.
O bebe é apresentado ao mundo pela voz e presença da mãe e vai reconhecendo, conhecendo , introduzindo as outras vozes e as associando à presença e construindo sua historia.
A historia contada faz parte da vida da criança desde bebe, através da voz amada da mãe, das cantigas de ninar, dos mimos. A criança vai crescendo e continua apegada a estas narrativas, desde as historias para dormir como ouvir sobre sua historia. A criança adora conhecer de onde vem, quem são seus avós, ouvir a historia da família. Adora ouvir a historia dos bichos e da natureza. A capacidade de imaginação da criança é imensa ai, a historia cria vida.
A criança interior de cada um de nos permite assistir desenhos, fabulas, ou o encantador filme Madagascar, ou os esquilos que falam...sem pensar em lógica, apenas tendo o coração aberto à historia.
Conforme cresce a criança começa e escolher as historias que quer ouvir, pergunta e repete perguntando da historia de sua vida.Ela começa a se apegar aos detalhes, pede que se repita as partes que mais gosta.
Contar historia para crianças, ler para elas, não é só prazeroso apenas para a criança , o adulto que lê ou conta estabelece e fortalece um vinculo afetivo com a criança. A descoberta mágica das historias e personagens é melhor , feita no aconchego de uma relação afetiva.
Mesmo a criança que já sabe ler, que já é capaz de ler e entender seus livros, ainda gosta de ouvir as historias do contador, de ouvir sua própria historia e começa a criar e contar também as suas próprias historias.
Num mundo hoje tão cheio de tecnologias, de pouca leitura, de pouco tempo a criança encontra-se em desvantagem. Cabe ao adulto manter acesa a chama da fantasia, da imaginação. A criança precisa ouvir historias para que depois se interesse em busca-las nos livros.
O adulto que ainda mantem seu habito e gosto em ler sabe da importância do livro. A historia imaginada em seus ambientes e personagens é mágica. Nenhum filme pronto tem a imagem que você fez do livro e da historia. A criatividade ao ler vai se dando sem se perceber, por isso é tão fascinante ler.
Garantir à criança este acesso a ouvir historias e depois à leitura acompanhada , para que ela consiga depois ler só, é contribuir com o seu desenvolvimento, seu pensamento, sua criatividade e sua capacidade de aprender.

"Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros. Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever - inclusive a sua própria história".

Bill Gates

e relebrando: "Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem."

Mário Quintana

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

fim de ano....fim de ferias

Eu me ausentei por motivo de viagem
Passei as festas de fim de ano com quase toda a familia,
mas continuei escrevendo, lendo fotografando e rindo muuuito.
Pensei em uma frase padrao de feliz Ano Novo, mas decidi pensar no novo e no velho....ano que vai e volta...
O novo e o velho

A cada ano novas decisões são planejadas em fim de ano para o novo ser diferente.
O que é o ANO NOVO? Nada mais do que a continuação, em um novo ano sem grandes diferenças. Mas é muito mais poético elaborar metas, fazer plano,s, sonhos e esperanças. Abraçar familiares e amigos e não amigos, um amor quem sabe, ou ate um amor de ano novo. O momento para alguns, pode se tornar mais importante que um ano na vida.
Na sequencia de minutos e dias e semanas e meses, não se sente tanto o tempo passar quanto na zero hora de todo primeiro de janeiro. A passagem do ano, sim, é sentida como um momento de alegria com sabor de vitória. Fica a sensação de que se alcançou o fim de uma escalada e que agora será o começo de nova etapa da vida.
Uma grande pergunta é: como será 2012? O que ajuda a construir o amanhã , é o nosso presente, como o vivenciamos e como lidamos com o dia a dia. Acima de tudo, nosso livre arbítrio, nossa capacidade de escolha é que nos conduz.
Com o passar dos dias e dos meses os sonhos se perdem nas brumas da rotina, se vêem pouco os amigos e familiares e as metas, ai as metas, não são tão fáceis de se cumprir. Mas se soubermos vivenciar o presente, cada momento, com aquela centelha acesa na virada do ano , podemos administrar o decorrer . Podemos viver cada dia, não só esperando um dia especial, mas fazendo de cada dia o melhor de todos.
A vida não é todos os dias cor de rosa, ou pacificamente branca como o Ano Novo. Mas o arco Iris pode ser muito mais bonito de se olhar.

"Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.

Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."
Este poema de Carlos Drummond de Andrade sempre me ressignifica o ANO NOVO

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O dia em que tomei vinagre

O DIA EM QUE TOMEI VINAGRE!
Estou andando a esmo e no centro de Essen, Alemanha, achei um restaurante alemão fora da área de compras, restaurante pequeno agradável e o cheiro da comida é maravilhoso. Há um quadro ao lado da porta em alemão e em inglês: Executive fast food. Ah! Que maravilha vou poder escolher com calma em inglês, que eu falo razoavelmente bem.
Eu entrei e no restaurante ninguém fala inglês, ele esta iluminado com luz de velas nas mesas, tocando uma musica suave . O cardápio esta só em alemão. O restaurante é tradicional, antigo, de moveis de madeira e com flores e velas nas mesas. Como esta chovendo forte decidi me arriscar e traduzir o cardápio . Após uma empreitada de quase meia hora, decidi almoçar aqui mesmo. Eu pedi bisteca frita com molho de champignon com batatas fritas, uma cerveja e depois um suco de laranja. Estava tudo muito bom, ufa acertei. Fast food de alemão , uma hora e meia de almoço. Eu peço a conta, é muito barato, e ao trazer a conta, a garçonete junto com a conta me traz em uma bandeja linda, e em um cálice lindíssimo um licor escuro, amei. Eu bebi de um só gole, era acetato, vinagre adocicado. Qual é a dela? Não entendi nada. Tambem como eu não tenho um alemão fluente, nem me atrevi a tentar entender porque tomei vinagre.
Eu sai andando, é uma região de lojas pequenas muito agradável, encontrei uma loja que vende acetatos e óleos, a loja é linda e interessante . Na loja tem pequenos barris de acetato com torneirinha e também toneizinhos de óleos variados. Os tonéis são de vidro . Eu achei estranho e entrei. A dona fala inglês e me explica que nesta região os mais antigos ( acho que já tenho cara de antiga ,hahaha) bebem uma colher de acetato de frutas após alimentos gordurosos, para a digestão , sempre após as refeições .O acetato é mais de frutas como cerejas ,e framboesas , daí o sabor adocicado.
Ufa, pensei comigo, não é loucura, é costume. Perdoei o restaurante. Hahaha.
Essen é a perfeita mistura do antigo com o moderno na mesma praça

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Estou em clima natalino e esta torta alem de linda ficou saborosissima. Este nao é um blog de receitas , mas esta merece fazer parte do NATAL

Torta de Cerejas Frescas


Massa:
1 xícara de farinha de trigo;
100g de manteiga derretida;
1 ovo;e 1 gema
1/2 xícara de açúcar;
1 e 1/2 colheres de sopa de fermento em pó;
1 colher de chá de extrato de baunilha;
Amassar bem e deixar na geladeira por 30 minutos


Ingredientes do recheio:
2/3 de xícara de açúcar granulado;
Raspas de 1 limão, mais o suco de metade dele;
4 xícaras de cerejas frescas, descaroçadas.

Preparo:
Misture o açúcar, as raspas e o suco de limão. Coloque as cerejas em uma tigela média e adicione a mistura, mexendo gentilmente até as cerejas ficarem cobertas.
Abra metade da massa, com um rolo, e forre o fundo e as laterais de uma fôrma para tortas de 23cm de diâmetro. Reserve na geladeira por uns 10 minutos.
Retire a fôrma da geladeira, recheie com as cerejas e cubra com o trançado:
Abra a outra metade da massa e corte fatias de 2cm de largura e comprimento suficiente para atravessar a torta de lado a lado. Serão 10 tiras: 5 em cada sentido. Coloque primeiro 5 no mesmo sentido e depois vá trançando as outras, uma de cada vez – ora por baixo, ora por cima. Aperte bem nas laterais.
Leve ao forno preaquecido a 200 graus por 20 minutos. Abaixe o forno para 180 graus e continue assando por mais 40 minutos, até o recheio borbulhar e a massa ficar bem dourada. Deixe esfriar por 1 hora.
Sirva morna ou em temperatura ambiente.

Mana , no nordeste se nao achar cerejas faça com morangos ou com pessegos que tambem da certo

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Linda mensagem

Eu recebi esta mensagem em um email da minha irmã e a mensagem reflete bem meu pensamento sobre o mundo de hoje (embora a mensagem seja de 1946) .
Algumas vezes lendo algum artigo ou livro mais antigo, vejo que algumas coisas sao visionarias, servem para o hoje e servirao para o amanhã.
Num mundo em que TER é melhor e mais importante que SER, repensar esta mensagem é importante.


Meditação no presépio
Cecília Meireles

Quando São Francisco de Assis inventou o primeiro presépio, e falou das coisas do céu numa gruta, dizem que, ao ajoelhar-se, desceu-lhe aos braços estendidos um Menino todo de luz. O Santo Poeta colocara ali apenas umas poucas imagens: as da Sagrada Família, a do irmão jumento e a do irmão boi. O áspero cenário de pedra tinha a nudez franca da pobreza, a rispidez dos desertos do mundo, o recorte bravio dos lugares de sofrimento. Aí, o Menino de luz pode descer, porque ele vinha para ensinar caminhos difíceis, e restituir às coisas naturais da terra o sentido da sua presença na ordem universal.

O amor humano é um perigoso jogo. Por amor, os homens foram construindo presépios ao longo do mundo, e já não lhes bastava a pedra desguarnecida: queriam recobri-la do ornamento da sua devoção. Trouxeram folhagens e flores, dispuseram frutos e pássaros, desceram o céu, num pálio de seda azul, colheram as estrelas, dos ramos que se alongam na noite. Caçaram a lua, no meio da sua viagem, e pescaram o sol, redondo peixe de nadadeiras flamejantes.

Não lhes bastaram, porém, ainda, esse convite e essa conquista, no reino dos adornos da natureza. Convocaram os habitantes do mundo para uma adoração geral. Trouxeram os pastores, que deviam ser os vizinhos mais próximos da feliz manjedoura; trouxeram os lavradores e os artífices, de acordo com as imaginárias relações da família do recém-nascido.

Mas era preciso não esquecer os Profetas, anunciadores do acontecimento, e das ruas da Bíblia os fizeram descer com suas barbas, seus cajados, suas visões e ainda cheios de voz.

Os Reis vieram por si, de olhos postos na Estrela; e como os Reis traziam os camelos; e os pastores, carneiros, também os Profetas arrastaram leões, e cabras sem defeito — e depois, em muita confusão, toda besta que remói, umas de unha fendida, outras não; e até os animais que caminham sobre o peito e os que têm muitos pés e ainda assim se arrastam pelo chão.

E, puxados uns pelos outros, vieram o cavalo e a mula, o cão e o elefante, o macaco, a hiena, o chacal e o leopardo, e o imundo crocodilo, com a cordilheira dos seus dentes, e a lagosta abominável, sem escama nem barbatana.

Foi talvez a lagosta que açulou os apetites, e os nobres italianos, com aquela pompa que o Renascimento lhes incutiu, trouxeram para os presépios a escamosa alcachofra e o labiado repolho, e cachos de uvas e salsichas, e o queijo e a rosca e o vinho — tudo que o amor ama e, por amor, quer repartir.

E os Profetas trouxeram as Sibilas, e as Sibilas as Cassandras e as Medéias e as Circes, e quem sabe até onde o humano mar se iria aproximando de onda em onda, nessa aglomeração sucessiva para adorar o Menino e ornamentar o Presépio. Homero traria seus argonautas; o rei Artur, seus paladinos; Marco Polo, seus mercadores, Gengis-Khan seus guerreiros — e o negro, o chim, o índio emplumado e o friorento esquimó se acomodariam todos sem dificuldade no recinto mágico presidido por um pobre Menino celestial.

E tão bem se sentiriam que, sem desejo de regresso, iriam buscar suas casas e suas montanhas, seus rios e seus moinhos, seus arados e seus fornos, suas embarcações e suas tendas, e ali se poriam a trabalhar, ao som de doces cânticos ali mesmo inventados, e ali bailariam, com gaitas e sanfonas, adufes e harpas, ocarinas e violas e tudo quanto, com metal, corda ou sopro, é capaz de produzir um som de feitura harmoniosa, comparável ao gorjeio das aves, ao suspiro das águas, ao adejar do vento e à voz humana quando quer ser mais que linguagem.

E o sol e a lua e as estrelas ainda pareceram apagados, para tão ambiciosa festa, e as mulheres e as moças puseram-se a dançar com círios acesos nas mãos, e tudo foi recamado de ouro em pó, e cada qual começou a escolher trajos mais cintilantes, de cetins mais lustrosos, com lavores mais ricos, e do mar e da terra se desentranharam todas as coisas que brilham e deslumbram, e não houve príncipe nem sacerdote nem mercador nem escravo que não gastasse os olhos e as pontas dos dedos, cosendo em seus estofos as gemas que os tornassem mais resplandecentes.

E nesse esplendor de fitas e rendas, de colares e anéis, com os animais de chifres dourados, de testa empenachada, de manto lavrado e guarnições de fina cinzelura, até se recordou que o Menino não podia estar ali despido como simples deus humanado — e teceram-lhe camisinhas e envolveram-no em brancas sedas, e para a tímida Virgem e o submisso carpinteiro trouxeram finas roupagens esmaltadas de cintos e fivelas, com barras de arabescos e densas pregas faustosas.

E as belas canções subiam como, nas hastes gladioladas, abrem os lírios verticalmente, de salto em salto.

E houve assim uma existência de amor, e alguém pensaria estar o mundo apaziguado, e a família terrena compreendida e satisfeita, trabalhando e cantando, bailando e dormindo tendo em redor de si a parede rústica do Presépio.

Mas, na verdade, a parede do Presépio deixara de existir. O que havia eram muitas paredes, de palácios e de mosteiros, de chácaras e de cozinhas de quartéis e de fábricas, de lojas e de manicômios.

Porque essa humanidade se arruinou e adoeceu; esqueceu-se que a oferenda não lhe pertencia, e estendeu a mão para a alcachofra e para a lagosta, para o cavalo do guerreiro e a coroa do suserano, e o que tocava cítara quis brandir espada, e o que varria o estábulo apoderou-se da cítara.

De modo que se chegou a ver o legionário romano, de agulha e dedal, bordando flores sobre cetim, e as dríades empunhando lanças, e os javalis sentados em cadeiras de ouro, abanados por leques de plumas.

Ninguém mais podia amar a sua oferta, mas a do seu vizinho; e já não amava com amor de dar, mas com amor de possuir. E não houve mais quem se despojasse, mas só quem apreendesse.

Notou-se que o sol e a lua e as estrelas não tinham mais sua substância própria: eram de ouro e de gemas, eram pintados e incrustados; não se moviam nem aqueciam mais.

Notou-se que os cantores tinham ficado melancólicos e a dança não se levantava em asas tênues: arrastava caudas fúnebres, patas desconfiadas, pontas de espadas surdas.

E aquilo que foi um Presépio era um mundo de contradições, sem equilíbrio nem sentido. Os Profetas eram alucinados — e as Sibilas, dementes; os Reis, uns conquistadores mesquinhos; os guerreiros, uns assassinos convictos.

Nuvens de seda e pó de danças toldaram a íntima, pequena cena de um nascimento sobrenatural. Tudo tinha ficado mais importante que o Menino chegado para ensinar o amor. Tudo tinha formado sucessivos planos, anteriores uns aos outros, sobrepostos uns aos outros, escondendo-se uns aos outros, num amontoado de riqueza, ambição, prepotência, vaidade, cobiça, rapina, mentira, traição e ódio.

E tudo isso foi desabando por si mesmo, porque estava armado sem fundamento; e viram-se os Profetas fugitivos, arrastando os animais santificados e os imundos; e as Sibilas recolhiam seus oráculos perdidos, e as Medéias e as Circes enrolaram seus velhos feitiços; e os que tinham vindo por engano choraram pelas palavras que tinham entendido; e os que tinham vindo por verdadeiro amor deixaram pender a cabeça, e foram empurrados na onda devastadora, porque o amor é distraído e desatento de si, sem agressão nem defesa, e fica sempre esmagado, no torvelinho dos atropelos.

Mas quando tudo ruir completamente, — porque sempre chegam novos forasteiros ao Presépio, e cada um se diz o único verídico, o mais sincero e o mais poderoso, o mais rico e o mais fiel — quando tudo ruir completamente, o Menino continuará na sua gruta, com a sua família humilde, o irmão boi e o irmão jumento, para recomeçarem a vida, na simplicidade humana das coisas naturais e universais.

E se outro São Francisco se ajoelhar na gruta rústica, o Menino virá todo em luz aos seus braços, porque só o Santo Poeta entendia dessa irmandade geral do céu e da terra, e da graça de todos os despojamentos, e da alegria de não precisar ter, pela contemplação de todos os enganos, e da leveza da vida em expressão absoluta.
(Rio de Janeiro, revista “Rio”, Dezembro de 1946)

Em ritmo de Natal

Este ano eu demorei a entrar no ritmo do Natal. Ontem comecei. Eu fiz uma torta de cerejas para testar a receita, para minha caçula, e deu certo. Fiz tambem bolachinhas em formato de pinheirinho de Natal.Neste final de semana vou me encarregar de fazer um bom estoque de bolachas e panetone e fotos. Ate um gorrinho para o gato quero providenciar.
Quanto aos presentes ainda nao consegui me definir....eu chego la...


Presente vivo - Affonso Romano de Sant'Anna
Viver
é conjugação diária
do presente.

Viver
é presentear.
Mais do que um jeito de doer
é um modo de doar.

E um presente
mais que um objeto
é o elo entre dois olhos
a floração do gesto
o prateado evento
e o cristalino afeto.

Não se dá
apenas pelo prazer
de ver
o outro receber.
Dá-se
para que o outro
entre-abrindo-se ao presente
também dê.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

presepios

Na minha infancia , o Natal era vivenciado durante todo o mes de dezembro. Tambem esperavamos o papai noel, mas o foco era o lado religioso da festa. O presepio da igreja era montado pela comunidade. A arvore de natal de casa por todos nos com as bolas cuidadosamente guardadas, um galho seco pintado de prateado e com algodao para imitar neve. Usavamos as poucas bolas e muito papel laminado guardado o ano todo ( reciclagem de papel de bombom, maços de cigarros achados e pedacos de fitas guardados). Ficava linda! Pena nao termos fotos da epoca.
O presepio era enriquecido por grama, nao uma grama qualquer. Apos o terço , no dia oito de dezembro semeava-se em caixas ,arroz em casca . A partir do dia 20 a "grama" estava linda, na altura ideal( o arroz brotado tem a aparencia de uma grama).
Um Natal com tantas cerimonias e rituais,e que era ricamente comemorado. O presente nao era o ponto principal. Era bom esperar o presente, mas o melhor era montar a arvore, ouvir e cantar as musicas. Fazer as bolachas. Esperar o panetone ( um so para toda a familia) .Esperar as comidas especiais. Ouvir as historias dos natais da Alemanha. Ouvir repetidamente a historia do presepio, o nascimento de Jesus e a importancia deste dia em nossas vidas.
Nao tenho a ilusao de voltar no tempo. Nao acredito que da para reviver. Mas ainda acho que da para ter Jesus e o Papai Noel na mesma comemoracao em nossos coracoes.MAs um papai noel que distribua alem dos presentes a fé, a solidariedade , o amor , a compreensao e o perdao.

Preparação para o Natal

Eu estava navegando na net e vendo em que local iria assistir a missa de Natal em Sao Paulo e me deparei com este belissimo texto sobre a preparação para o natal, da Catedral da Sé.
Ele merece ser compartilhado
"Ao ouvirmos dizer sobre a preparação do natal logo nos vem à mente as providencias que devemos tomar em relação às compras para a ceia, presentes, cartões e convites! Essa atitude demonstra que o natal tem uma importância para nós, porém, a preparação do natal é uma atitude interior, é muito mais do que isso!
Já faz uns bons anos que o natal vem se transformando numa festa seculararizada. Na sociedade em geral o símbolo central é o Papai Noel. Este lembra presentes, compras e consumo sem limites… Isto parece como que uma paganização do natal, resumindo-o simplesmente numa festa do Papai Noel. Seria um natal na ausência do Senhor em que o principal, o nascimento do Filho de Deus, é ignorado!
Serve para os católicos a mesma constatação. O exterior é muito bem preparado. Já a vivência interior do natal, por vezes, pode ficar de lado comemorando uma festa resumidamente social! Muitos viajam para a praia ou para o interior e nem sequer se preocupam em participar da Santa Missa. O natal sem o Menino Deus se reduz numa mera festa cultural e pagã!
O natal é de solenidade interior, pois, o que celebramos é um mistério da nossa fé: a encarnação, ou seja, Deus se fez homem e habitou em nosso meio! A preparação do natal encontra seu lugar no nosso coração, numa expectativa de celebrá-lo com mais delicadeza, vivenciando aquele acontecimento que mudou a história da humanidade. O Senhor, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, ao assumir nossa humanidade dá-nos participar de sua divindade! Este mistério é profundo e considerá-lo dispõe a alma para bem celebrar o natal.
Comemorar o nascimento do Senhor é comemorar a festa, o aniversario ou a solenidade de quem nos ama de modo infinito e que amamos, de forma toda especial, acima de qualquer festividade que possa existir. Se o Senhor não se desse a conhecer o que seria de nossas vidas? Seria como vivermos sem a luz do sol! Não seria vida e sim morte! Se Ele não habitasse em nosso meio e, em conseqüência, se não o conhecêssemos viveríamos neste mundo escravos do pecado, das paixões, dos prazeres… na sombra da morte. sem esperança, sem o verdadeiro Sol que ilumina nossa existência com a luz divina da vida eterna.
Por isso, ao fazermos nossas compras, ao prepararmos nossas ceias e convidarmos as pessoas que amamos, não podemos esquecer-nos daquele que devemos amar acima de tudo. Toda a solenidade deve ter sua razão principal nele!
Natal é nossa alegria de celebrar seu amor e seu mistério em nosso meio!
O natal bem preparado interiormente, pela atitude de vida devota a Deus, faz com que toda a festividade exterior encontre sua razão e sua fonte na vivencia interior do mistério da encarnação do Verbo de Deus!
Desejo a todos um feliz e santo natal!!!
Pe. Fábio Fernandes
Auxiliar do Cura

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Quase de ferias

Estou quase de férias.
Não serão longas ferias , so dez dias em Sao Paulo, visitando duas filhas e passando Natal e Ano Novo.
Eu adoro Sao Paulo, sempre gosto dos passeios e da ciultura e da comida. Adoro museus.
Mas estou com muita saudade de uma praia, com aquela visao de infinito, que so uma praia deserta tem. Saudades de pisar na areia e sentir a agua nos pés. Saudades do cheiro do mar, mais intenso comeco da manhã e final de tarde. Ai que saudades da brisa, do por do sol .
Mesmo com saudades vou me contentar com meus dias livres e a "brisa"de Sampa...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

minha cidade

Rondonopolis, uma cidade do interior do Mato Grosso, é grande , com quase 200000 habitantes. MAs é uma cidade desleixada, ha lixo por toda parte. Eu realmente nao consigo entender jogar lixo onde se mora.
Estamos convivendo com um numero grande de pessoas doentes de leishmaniose (doença da sujeira) , com as chuvas pode voltar a aumentar a dengue, e alem disto o cheiro da cidade esta ruim.
Como é dificil educar adultos, onde eu trabalho antes da porta da saida ha cafe ,cha e um balde de lixo. Na calcada sempre tem varios copos descartaveis. Quando chove , em varios pontos, ha cheiro de fossa, de esgoto.
Recebi uma postagem com uma frase interessante
"O HOMEM ACHOU O CAMINHO DA LUA, MAS ATE HOJE NAO CONSEGUE ACHAR O CESTO DE LIXO"

Será que se ensinarmos as criancas ha chance de reverter???

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um sorriso muda o dia

Receita de olhar
~~~~~~~~~~~~~~~~~
Nas primeiras horas da manhã
desamarre o olhar
deixe que se derrame
sobre todas as coisas belas
o mundo é sempre novo
e a terra dança e acorda
em acordes de sol
faça do seu olhar imensa caravela
Roseana

Hoje de manha ,meio apressada , chegando no serviço, uma criança nos seus 7/8 anos de idade responde meu oi e diz assim: pode rir, rir abre o dia!!
.................e como!!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Solidariedade

Ha muito tempo, ha mais de 3 anos, eu converso uma ou duas vezes por semana com um morador de rua que " mora" na praça em frente onde eu trabalho. Ele as vezes me pede uma comida, as vezes me pede um dinheiro e as vezes apenas que o ouça.
Varias vezes ouvi suas interessantes historias. Algumas alegres , outras profundamente tristes. Fala de amor, de ganhos e perdas , de medo, de violencia, e de esperança.Quase sempre esta muito mais alegre que eu. Quase sempre cheio de esperanças. Ele tinha por fiel amigo um cao.
Um dia seu cao foi atropelado e ele chorou por dias.
Ele esta na janela do meu carro me contando aos prantos sobre esta historia e um conhecido se aproxima para perguntar se preciso de ajuda. Eu digo: estou com um amigo. Ele se assusta e se afasta. No dia seguinte vem me dar um sermão sobre os riscos de conversar com um estranho. Respondo-lhe calmamente, voce tem visto minha mãe?, ele diz: faz alguns meses que nao a vejo. Calmamente lhe completo: ela se foi ha 3 anos. Amigos compartilham, dividem , somam e principalmente se respeitam.
Nao gostou da resposta , mas fazer o que, se preciso classificar meus amigos por posse, bens e outras coisas menores, nao vejo significado na vida. Classifico por respeito, atençao, mesmo que se passem anos longe, e principalmente pela absoluta falta de racismo. Isto herdei de meu pai .
Abro o computador e uma querida amiga me mandou esta musica , que é mais que um poema, mais que uma mensagem.
Que eu consiga nao perder a capacidade de fazer amigos. Todos da familia,filhas irmas e sobrinhas, um amor ao meu lado, amigas que sempre estao, amigos que vem e vao.
Bridge Over Troubled Water
When you're weary
Feeling small
When tears are in your eyes
I will dry them all

I'm on your side
When times get rough
And friends just can't be found
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Like a bridge over troubled water
I will lay me down

When you're down and out
When you're on the street
When evening falls so hard
I will comfort you

I'll take your part
When darkness comes
And pain is all around
Like a bridge over troubled water
I will lay me down
Like a bridge over troubled water
I will lay me down

Sail on Silver Girl,
Sail on by
Your time has come to shine
All your dreams are on their way

See how they shine
If you need a friend
I'm sailing right behind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind
Like a bridge over troubled water
I will ease your mind

Ponte Sobre Águas Turbulentas
Quando você tiver cansada
Se sentindo pequena
Quando houver lágrimas nos teus olhos
Eu irei enxugar todas elas

Eu estou do teu lado
Quando os tempos ficarem difíceis
E os amigos não puderem ser encontrados
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei me colocar
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei me colocar

Quando você estiver pra baixo
Quando você estiver na rua
Quando o anoitecer vier tão forte
Eu irei confortar você

Eu ficarei ao teu lado
Quando a escuridão chegar
E o sofrimento estiver ao redor
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei me colocar
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei me colocar

Navegue, Garota prateada
Navegue
Sua vez chegou, para brilhar
Todos teus sonhos estão a caminho

Veja como eles brilham
Se você precisar de um amigo
Eu estarei navegando ao teu lado
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei confortar tua mente
Como uma ponte sobre águas turbulentas
Eu irei confortar tua mente


Na voz de Simon e Garfunkel é linda. NA voz de Elvis Presley é DIVINA

Beethoven

Continuando minha paixao pela musica, eu realizei ha um tempo atras um sonho muito antigo.Visitei Bonn , terra do nascimento de Beethoven.
Sem ser uma progarmacao previa,por mera coincidencia, cheguei em Bonn na semana de Beethoven. Era uma semana de eventos que homenageavam seu filho mais famoso.
Fui a praça central e encontrei estatua de bronze em frente do prédio lindíssimo do correio é imponente, e a praça é linda, chama-se Munsterplatz, a estatua data de 1845.
Ao me virar deparo com dezenas de Beethoven coloridos, sao replicas da estatua feitas em fibra de vidro e pintadas pelas escolas de musica e arte de Bonn, pelo que eu entendi parte de um concurso na semana de Beethoven. tirei lindas fotos abraçada com meu idolo.
Na mesma noite assisti uma orquestra alemã tocando a Nona Sinfonia , tonando um vinho branco. Na noite seguinte assisti a orquestra da venezuela, patrocinada pela Deutsche Welle tocando a Heroica e a seguir uma peca da America Latina . PURA EMOÇÃO.
No segundo dia visitei a casa do Beethoven.
A casa não permite fotos, só na área do jardim de entrada onde tem um busto do Beethoven. Tirei fotos, bastante fotos. O jardim do museu é lindo.
A guia nos conta que a casa existe por iniciativa de 12 famílias que se reuniram e compraram a casa, e a restauraram como ela era antes. Eles resgataram e adquiriram objetos pessoais, quadros, gravuras, partituras originais, instrumentos, violino, os dois pianos, e escritos da época em leiloes no mundo todo. Foi um grande investimento e o acervo sobre a vida e a obra de Beethoven que existe nessa casa não existe em nenhum outro lugar.
Eu conheço a biografia do Beethoven, ele é de longe meu compositor predileto, já ouvi quase toda sua obra e toco três pecas de Beethoven, mas é sempre agradável rever a sua historia. Ele nasceu nesta casa, viveu aqui sua infância, na vida adulta foi para Viena e lá faleceu, não mais retornando a Bonn. Os outros locais onde viveu não preservaram sua historia como este museu. Durante todo o planejamento para esta viagem nunca tive duvidas de que esta casa do Beethoven me motivou bastante a que Bonn fizesse parte do meu roteiro. Eu me emocionei muito durante o trajeto em todos os cômodos da casa e principalmente na sala com os dois grande pianos, seu ultimo piano, os objetos que ele usou para tentar vencer a sua surdez, e a partitura original da Nona Sinfonia de Beethoven. Ontem assisti a Nona Sinfonia na praça e me emocionei muito, hoje a emoção é ver tudo isto e principalmente a minha admiração por um homem tão profundamente amante da musica que pode compor sua Nona Sinfonia, já surdo, ouvindo apenas com o coração. Foi muito emocionante para mim andar pela casa onde Beethoven morou, quero sentir toda esta energia, tocar nos corrimões, olhar detalhes. A rota em toda a casa durou uma hora e meia e nem vi o tempo passar. Na saída tem uma lojinha de lembranças, ai meu Deus, delirei. Eu me impus um limite em cada local de compras e de lembranças; senão já sabe, tenho que voltar para o Brasil de navio dentro de um container... hahaha. Mesmo assim comprei fotos, copia da partitura de Pour Elise, que eu sei tocar, lápis e três moedas de chocolate, e também obvio mais um Cd da Nona Sinfonia.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A musica

A musica

Eu amo musica. Amo a boa musica clássica, mas amo também musica brasileira, musica antiga, cantigas, moda de viola, musica romântica e por ai a fora. Não consigo, eu já tentei ouvir, reggae. Rap e funk, mas elas agridem meu ouvido.
A musica na minha infância era duplamente estimulada, tínhamos canto orfeônico e aprendíamos a ler partituras simples, e nosso pai nos estimulava a estudar musica e ouvir musica. Eu cresci ouvindo Beethoven, Bach, Mozart, Lizt e outros, e adolesci com Beatles e Roberto Carlos Erasmo, Ronnie Von, sem abandonar meu gosto pela musica clássica.
Os tempos mudaram, a musica saiu da escola, e também na maioria das casas ela foi substituída pela atual musica “descartável”, a musica que faz sucesso rápido e é esquecida na mesma velocidade.
Tanto a musica como a arte sempre fizeram parte da historia da humanidade, e ela sempre foi à parte que ajuda a amenizar a “dureza” e “rudeza” da vida humana
Como dizia Robert Schumann: “Enviar luz à profundeza do coração humano é dever do artista”.
Este fim de semana explicando a alguém muito querido como ouvir a linha melódica de uma sinfonia, me lembrei de um texto que li alguns anos atrás e resolvi dividi-lo com vocês
“A idéia- isso é o essencial- continua sendo a mesma: arrancar os homens à vida de todos os dias, e fazer com que sintam duplamente a arte, visto que tudo quanto os tira da vida diária, os aproxima da arte e da natureza. Não há nisso nada contra a arte, nem contra a natureza; pelo contrario há contra a vida de todos os dias... A arte e a natureza são, no sentido derradeiro e mais profundo, uma coisa única: são, para o caráter humano e a estrutura social, pilares mais fortes que todos quantos os últimos séculos tentaram constituir.
A arte e a natureza vem de Deus, independentemente do que entendermos por Deus. A educação racional malogrou, não fazendo os homens felizes, nem justas as instituições, tampouco, amantes da paz as nações.
Talvez, um dia, uma nova civilização faça da arte e da natureza os fundamentos da vida, e a musica falara, então, a sua língua forte e pura a todos os homens, aproximando estreitamente os vários povos e fazendo com que os corações se compreendam
Podemos chegar ate lá! Basta-nos apenas começar. Comecemos, pois com as crianças! E uma humanidade muito feliz há de nos agradecer um dia.
Kurt Pahlen, 1963

domingo, 27 de novembro de 2011

ODE A BATATA

ODE A BATATA

Esta semana meditei bastante sobre a minha dieta. Fui tentar iniciar uma dieta (só para perder 5 quilos) por pura vaidade. Eu como bem, muita comida natural, muita fruta, pouca carne. Vinho e cerveja de vez em quando. Eu como pouco doce. Mas como batata quase todos os dias e manteiga no pão. Embora seja uma dieta saudável não consigo alterá-la pra perder peso.
A especialista me desfila uma dieta não muito difícil de ser feita, mas o jantar... veja bem no jantar nada de carboidratos. Como? Entrei em pânico, embora medica me deu um branco, de que é que ela esta falando?
O papel esta bem claro, o carboidrato tem que ser drasticamente diminuído.
Se viver saudável implicar em uma disciplina que me faça infeliz, não vou querer. Comer é um prazer ao qual dedico um bom tempo da minha vida. Adoro comer e comer bem. Adoro cozinhar e o faço por prazer. A idade me fez aumentar fibras, experimentar e gostar de qnoa, amaranto, aveia e leite desnatado. Não consegui comer margarina, gosto e não abro mão da manteiga, da batata frita às vezes, do bolo de batata, do purê de batatas e do pão de batata... ah e da sopa de batata com costelinha defumada e umas coisitas mais.
Sou meio brasileira e meio alemã, o que me fez aprender a gostar de fazer o pão, porco frito, virado de feijão e cambuquira no feijão. Dos alemães herdei o gosto pela batata, o que fazer?
Ainda amo tudo isto e não consigo chamar a batata, a minha amada batata de carboidrato.
Ana Helena
“Beleza é mais uma questão de se sentir do que outra coisa. A beleza é muito mais o bem estar do ser humano do que qualquer outra coisa... e Ivo Pitanguy, renomado cirurgião plástico autor destas frases em uma entrevista a revista Lola completa, respondendo por que nunca achou ate agora a necessidade de uma plástica: Eu me tolero... me tolerar é a melhor plástica, ter o ego condescendente, que esta de acordo com a sua imagem...”
Eu me olhei de novo no espelho e frente à mera possibilidade de me livrar do carbo, ops da batata, meu condescendente ego concluiu que estou saudável, linda e muito bem.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Força e resistencia

Esta é uma fábula tradicional: Um carvalho robusto e orgulhoso fazia pouco caso dos fracos bambus da beira dágua. "Qualquer pequena brisa dobra vocês e lhes faz abaixar a cabeça. Vejam que isso mal balança minhas folhas." Os bambus não se importavam com a comparação e sabiam que sua natureza lhes dava a flexibilidade para compensar a fragilidade das varas. O tempo muda a cada estação. A cada ano as nuvens das tempestades iam ficando mais pesadas. O carvalho altaneiro continuava a desprezar os bambus e a exibir-se vitorioso. Porém um dia o vento feroz soprou muito mais. Os bambus dobraram seus troncos e quase deitaram no chão diante de tanta fúria da natureza. O carvalho lutou. Durante um bom tempo só perdeu alguns galhos arrancados pela violência da tempestade. Até que um vagalhão mais forte lhe torceu o corpo todo e arrancou pela raiz, jogando-o aos pés dos bambus. O mais forte jazia ali derrotado só uma vez, mas para sempre. Conclui o fabulista - O fraco é forte porque se torna flexível, mas, o que se julga forte só o é até o momento em que a força contrária ultrapasse sua resistência. Frente às adversidades, seja como os bambus que dobram sua fronte ao destino e retornam a sua posição quando passa a tormenta.

A vida é cheia de imprevistos, alguns bons outros nao, momentos felizes e momentos de angustia e sofrimento. Dobrar-se nao é sinal de fraqueza mas sim sinal de capacidade de adaptacao, de força interior que permite parar, pensar e superar.
"Valorize suas limitações e pôr certo não se livrara delas " Richard Bach

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Valores

VALORES

Que valor tem a minha vida? Que valor eu dou a minha vida?
Eu me perguntei isto ontem pensando na morte de uma amiga. Ela se foi após um longo tempo de doença. E em inúmeras vezes sentei-me ao seu lado, apenas para conversar. Mas eu sempre sofri ao ouvi-la: faltava-lhe aquela chama de vida que nos impele para frente e para cima.
Ela era uma mulher muito bonita, já avó, mas os anos lhe deram uma beleza especial. Ela sempre se vestiu com elegância, uma clássica elegância e sempre a via com uma discreta e bonita maquiagem e lindas jóias. As únicas coisas que faltavam eram o brilho no olhar e o sorriso no rosto.
Em alguns momentos tive vontade de sacudi-la, chamá-la a olhar a vida, a viver, a sorrir. Mas isso não se implanta em ninguém, ou se tem ou não se tem.
Ontem parei em frente de um quadro que eu ganhei dela. Ele esta no armário e não consigo colocá-lo na parede. Eu parei em frente para pensar o porquê de não conseguir. Ela pintava muitas flores, e são flores que eu gosto lírios e hortencias, mas realmente ela retratou natureza morta. Não há aquele brilho na cor, não há vida. É um quadro pálido. Flores de rosa pálido, azul clarinho e branco sobre um fundo beginho bem claro como se estivesse desbotado. Ë um quadro sem cor. Pálido como a vida da pintora.
A situação toda me lembrou um poema de Manoel de Barros
“Aprendo com abelhas mais do que com aeroplanos
É um olhar para baixo que eu nasci tendo.
È um olhar para o ser menor, para o
insignificante que eu criei tendo.
O ser que na sociedade é chutado como uma
barata - cresce de importância para o meu
olho.
Ainda não entendi por que herdei esse olhar
para baixo.
Sempre imagino que venha de ancestralidades
machucadas.
Fui criado no mato e aprendi a gostar das
coisinhas do chão -
antes que das coisas celestiais.
Pessoas parecidas de abandono me comovem:
tanto quanto as soberbas coisas ínfimas”.



Em muitas situações na minha vida me deparei com algumas pessoas ou fatos que sempre me fazem repensar meus valores. Eu sempre me fortaleço e reaprendo a valorizar o que tenho, com quem convivo, o que sonho e percebo mais uma vez como amo a vida.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

As mudanças sao possiveis

Este final de semana reli os seminarios (traduzidos) que o Dalai Lama proferiu em Curitiba em 1999

Todos somos iguais, quanto ao potencial, desejos etc. Portanto, todos queremos o mesmo: uma vida feliz, uma família feliz, uma sociedade feliz. A humanidade pode mudar positivamente através desse desejo, através do indivíduo que cultiva esse desejo. É uma mudança longa, mas é a única forma de mudança possível.
No início deste século, muitas ideologias nasceram e no entanto já morreram. O conceito de paz, de solidariedade se tornou mais forte ao longo deste século. O espírito de não violência, de solidariedade e negociação também cresceu. Vejam o exemplo da África do Sul!
Também cresceram os sinais de espiritualidade. No início do século, as pessoas apenas se abrigavam em uma crença religiosa. Agora, neste final de século, com a incorporação de hábitos e métodos da ciência, as pessoas aprenderam a observar, analisar. Ciência e religião se aproximaram. Um exemplo: a física quântica tem várias similaridades com os conceitos budistas.
Também o poder de destruição do homem hoje é muito grande, e isso faz crescer o desejo de paz. Antes da Segunda Guerra, quando as nações declaravam guerra e se mobilizavam, chamando a população para se alistar, não havia questionamentos. Já no Vietnã e a partir de então não há esse comportamento. Muitos se opõem às guerras.
Do ponto de vista da ecologia, no início deste século não se conhecia nada sobre ecologia. A preocupação com o meio ambiente era algo reservado a especialistas. Agora, a consciência ecológica cresceu muito.
O mesmo aconteceu com os conceitos de direitos humanos e auto-determinação das nações, que atualmente gozam de aceitação universal.
Todas essas mudanças são indicações positivas que nos levam a crer que o próximo século será melhor, mais pacífico. Isso também significa que teremos que pensar mais holisticamente e nos esforçarmos mais.

O texto na integra é uma perola sobre o relacionamento humano, a esperança, o controle da raiva, o amor e a compaixao.Nos ja estamos em 2011 e as mudanças estao se dando lentamente. Eu realmente gostaria de ver nossas crianças educadas nestes principios.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

o segredo da felicidade

O segredo da felicidade



Conta uma antiga historia grega, que os deuses tinham muito medo de que o ser humano fosse perfeito, pois se assim fosse não precisaria mais deles. Decidiram se reunir para saber o que fazer.

O mais sábio dos deuses disse: “Vamos dar ao homem tudo que pudermos menos o segredo da felicidade”. “Mas se os humanos são tão inteligentes, vão acabar descobrindo esse segredo também!”, disseram os outros deuses em coro. “Não, isso não vai acontecer”, disse o sábio –“vamos esconder a felicidade deles num lugar onde eles nunca vão achar -- dentro deles mesmos”.
É preciso que você saiba encontrá-la. Tem um ditado oriental que diz: “Se você quer saber como foi passado, olhe para quem você é hoje. Se quiser saber como vai ser seu futuro, olhe para o que você esta fazendo hoje”.


Felicidade so se encontra dentro do coração

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Escrevo e pronto

A vida é muito engraçada. Conviver nao é uma coisa facil de se fazer. Se eu gosto de cantar, tenho que ser a , a cantora e me dedicar, se gosto de ler , tenho que vencer maratonas de leituras, se gosto de viajar tenho que ser a, a , a viajada e se gosto de escrever tenho que produzir best sellers...
Ainda acho que posso gostar de tudo um pouco, so mais ou menos e viver bem.
Posso mudar de ideia tambem e gostar muito de uma coisa ou outra...
Escrevo e pronto. Não precisa ter um porquê... e nao estou sozinha.

Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece.
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê?
Paulo Leminski

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Olhares...o direito à diferenca

O nosso corpo é sempre um corpo insatisfeito?

As relações que temos com o nosso corpo podem condicionar a nossa auto-estima e a maneira como encaramos a vida.
Atualmente existe um ideal estético que é imposto como padrão, que boa parte das mulheres procura atingirem. É como se todas tivessem que ser parecidas, magras, altas, de cabelos lisos ou alisadas. Quase não há direito a diferença.
O que gera este comportamento? A verdade é que ninguém vive sem ninguém e nós sempre precisamos do olhar do outro. Em uma sociedade que privilegia o prazer imediato, a perfeição do corpo torna-se uma exigência. Então qualquer corpo que se apresente , mesmo que muito bonito embora não totalmente dentro dos padrões estéticos, será sempre um corpo insatisfeito, que reclama ser admirado, reconhecido, amado.
Quando esta sensação leva a sofrimento psíquico, isto afeta a pessoa em sua relação com o mundo, em seu trabalho, socialmente e afetivamente.
É saudável que a mulher se preocupe com o aspecto físico. Mas é necessário harmonia neste cuidado com o corpo, e com a estética.
O essencial é que exista um equilíbrio entre o valor que a pessoa atribui a si próprio e o ficar demasiado dependente do olhar do outro.
Com esta insatisfação fica difícil planejar uma reeducação alimentar e atividade física e atitudes corretas de melhora de vida. Fica mais fácil remédios, dietas rápidas ou correções estéticas não planejadas. Nada contra correções em que se pensa, se programa e se prepara. O incorreto são decisões por oba-oba, vou porque todas vão. Ai nenhuma alteração neste corpo vai preencher a insatisfação e a pessoa sempre necessitara de novas buscas, de novas e radicais modificações .
Este últimos meses me fizeram repensar todo este comportamento de busca da perfeição. Em dois momentos fiquei estupefata.
No primeiro vem a mim uma mãe e pergunta se pode fazer escova definitiva e mechas na filha. A filha é morena clara como a mãe de cabelos levemente ondulados nas pontas e escuro. A mãe tem cabelos alourados por mechas e extremamente lisos. Pergunto : quem quer você ou ela? A mãe se enrola e notei que ela é que quer e finaliza : eu sempre quis , ou melhor e foi se dizendo e contradizendo. Orientei mas acho que vai fazer mesmo assim, toda esta mudança numa criança de 06 anos de idade. Nesta tenra idade já transformada em insatisfeita!
No segundo vem uma mãe , em seu segundo filho, amamentou o primeiro ate 01 ano de idade e neste vem para orientação de desmame, com apenas 05 meses de vida. Porque? Ë simples, me diz, quero o mais rápido possível restabelecer minha auto estima colocando próteses mamarias de silicone e fazendo mais uma lipo.
Duas situações diferente e semelhantes.... e imensamente tristes
Ana Helena

vai aqui um texto que merece ser lido, relido e repensado
Olhares

O direito à diferença

Ouvi de relance.
Duas empregadas numa grande superfície comercial conversavam sobre dietas.
Eram duas jovens na casa dos vinte anos, e falavam com todo o à-vontade de anorexia, dietas favoritas, o numero de quilos que fulana tinha perdido, e de sicrana, coitada, que não conseguia emagrecer por mais voltas que desse.
Via-se que já tinham consumido vários quilos de revistas, que havia por ali muitos olhares angustiados à balança, muitos desesperos nas salas de prova a tentar enfiar umas calças com um numero politicamente correto.
Eram duas jovens sem excesso de peso, com corpo feminino, completamente mediterrânico, diferente dos estranhos corpos extraterrestres das top models. Via-se, sentia-se perfeitamente que as duas jovens não gostavam do corpo que tinham.
Na seção de legumes, ouvi de relance. Dois clientes olhavam para os pepinos expostos. Comentavam que os pepinos curvos já não eram aceites, devido às normas de estandardização da União Européia.
Olhei os pobres legumes, hirtos e cumpridores. De fato, só havia ali pepinos corretos, sem esquisitices, sem exotismos chocantes. Que os pepinos não pensassem que podiam crescer no fofo de uma horta, como lhes aprouvesse, numa luxuria de curvas. Qualquer pepino que não seja fálico e obediente esta destinado ao mais profundo desprezo de uma feira de província.
As maçãs são militarmente iguais. Os tomates. Tudo o que sai fora das normas de tamanho e aparência é implacavelmente rejeitado, posto de lado por ser impróprio para consumo.
Vivemos no delírio da norma absoluta no que toca a aparência. Temos que ser todos iguais com o mesmo peso, o mesmo formato, a mesma sedução. Todos loiros de olhos azuis, de preferência. Detestando o nosso corpo, que existe parolamente, atropelando as medidas de busto, cintura, anca. Ou barriga- ai a barriga.
Toda a indústria ligada à moda, à imagem, às revistas femininas vive disso, incentiva isso, castiga quem não esta conforme as regras do jogo. As adolescentes afligem-se quando o corpo cresce de acordo com as hormonas, as mulheres convivem mal com a sua forma natural, não tem orgulho em si ou na sua individualidade como corpos únicos.
Torturam-se com dietas ou com intenções de dietas. Querem emagrecer magicamente, ou transforma-se magicamente naquilo que não são.
As series de Hollywood, claro, mostram-nos mulheres todas iguais, É difícil lembrar uma cara, uma expressão de olhar, uma mímica com significado. As emoções também se transformaram em plástico , fácil de moldar e reproduzir aos milhares.
A questão esta nesta lógica de consumo, que implica um produto, uma publicidade , e portanto uma norma sobre di que é desejável. OS produtos tem de ser iguais , logo a apetência tem de ser igual. Sejam pepinos, ameixas, carros , vestidos ou seres humanos.
A arte continua a ser apreciada como manifestação e algo unico. Mas esse mundo tem as suas regras próprias: há uma descontinuidade total com o dia a dia. Nenhum de nos pode ser único, diferente, moreno, curvo, expressivo, inigualável.
Mas digam-me por favor, já que a coisa se deu de um modo tão gradual: como, mas como é que nos transformamos em pepinos?

Dra Isabel Cristina Pires – Psiquiatra e sexologista- Portugal

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A banana

As historias de meu pai sempre foram interessantes e às vezes ate engraçadas. Uma delas é sobre a banana. Na época do Natal, na Alemanha , na década de 1920, a tia dele conseguiu uma banana, linda, exótica, nunca antes vista ou provada, cheirosa... (lembre-se de que naquela época, sem tanta velocidade, sem importações por avião, tudo chegava por navio, sem internet...) Ela levou a banana para a casa do nosso pai. Eles reuniram a família e a banana foi cortada em finíssimas fatias, e elas foram distribuídas para que todos experimentassem. Foi uma iguaria, diferente, especial. O sabor desta fruta exótica, tropical sempre foi lembrado na família.
O sabor desta fatia de banana atravessou o tempo e sempre foi lembrada na fartura de cachos inteiros, aqui no Brasil.
Quando eu visitei a Alemanha, em Trier, região onde meu pai estudou (a família morava em Mertesdorf, perto de Trier) eu optei em ficar em um hotel antigo, tradicional. O café da manha, chamado de pequeno almoço (Fruhstuck), era maravilhoso.
Imagine uma pequena sala de mesas de madeira e toalhas impecáveis, louça branca. E tinha um Buffet de mais de 10 tipos de pães e roscas, iogurtes, cereais e sementes, geléias e doces. Vários tipos de queijos e frios e conservas. Um enorme bule de café e leite na mesa. E tinha também frutas, maçãs, uvas (estava na região dos vinhedos do Mosela), amoras e framboesas e 3 tipos de ameixa, e uma, só uma banana.
Eu como sempre puxei conversa com o alemão que se sentou na minha mesa (nos pequenos hotéis se senta onde tem lugar) e embora ele risse bastante da minha pronuncia, conseguimos nos entender (eu sempre ficava com o dicionário). Quando fomos os servir das frutas, peguei varias, ele também e num outro pratinho ele colocou a banana e trouxe à mesa. Ele me diz: dieser frucht namens banane und ist kostlich. Ich lasse sie versuchen... (com dificuldades traduzi : esta fruta chama-se banana e gostosa . É deliciosa. Eu agradeci mas expliquei que banana no Brasil tem em todo lugar e ai contei a historia do meu pai (em inglês que é mais fácil pra mim). Rimos bastante , mas ele comeu com prazer a banana.
Muitos anos se passaram de 1920 a 2010, mas banana continua a ser valorizada na Alemanha, e agora tenho uma historia de banana também, meu pai.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Saudades do tempo em que se tinha tempo...

Eu recebi este texto de uma grande amiga, que como eu , também tem saudades das coisas boas do passado. Saudades do tempo em que se tinha tempo.

SAUDADE…
José Antônio Oliveira de Resende
(Professor de Prática de Ensino de Língua Portuguesa, do Departamento de Letras, Artes e Cultura, da Universidade Federal de São João del-Rei)

Sou do tempo em que ainda se faziam visitas. Lembro-me de minha mãe mandando a gente caprichar no banho porque a família toda iria visitar algum conhecido. Íamos todos juntos, família grande, todo mundo a pé. Geralmente, à noite.
Ninguém avisava nada, o costume era chegar de paraquedas mesmo. E os donos da casa recebiam alegres a visita. Aos poucos, os moradores iam se apresentando, um por um.
– Olha o compadre aqui, garoto! Cumprimenta a comadre.
E o garoto apertava a mão do meu pai, da minha mãe, a minha mão e a mão dos meus irmãos. Aí chegava outro menino. Repetia-se toda a diplomacia.
– Mas vamos nos assentar, gente. Que surpresa agradável!
A conversa rolava solta na sala. Meu pai conversando com o compadre e minha mãe de papo com a comadre… Eu e meus irmãos ficávamos assentados todos num mesmo sofá, entreolhando-nos e olhando a casa do tal compadre. Retratos na parede, duas imagens de santos numa cantoneira, flores na mesinha de centro… casa singela e acolhedora. A nossa também era assim.
Também eram assim as visitas, singelas e acolhedoras. Tão acolhedoras que era também costume servir um bom café aos visitantes. Como um anjo benfazejo, surgia alguém lá da cozinha – geralmente uma das filhas – e dizia:
– Gente, vem aqui pra dentro que o café está na mesa.
Tratava-se de uma metonímia gastronômica. O café era apenas uma parte: pães, bolo, broas, queijo fresco, manteiga, biscoitos, leite… tudo sobre a mesa.
Juntava todo mundo e as piadas pipocavam. As gargalhadas também. Pra que televisão? Pra que rua? Pra que droga? A vida estava ali, no riso, no café, na conversa, no abraço, na esperança… Era a vida respingando eternidade nos momentos que acabam…. era a vida transbordando simplicidade, alegria e amizade…
Quando saíamos, os donos da casa ficavam à porta até que virássemos a esquina. Ainda nos acenávamos. E voltávamos para casa, caminhada muitas vezes longa, sem carro, mas com o coração aquecido pela ternura e pela acolhida. Era assim também lá em casa. Recebíamos as visitas com o coração em festa.. A mesma alegria se repetia. Quando iam embora, t ambém ficávamos, a família toda, à porta. Olhávamos, olhávamos… até que sumissem no horizonte da noite.
O tempo passou e me formei em solidão. Tive bons professores: televisão, vídeo, DVD, e-mail… Cada um na sua e ninguém na de ninguém. Não se recebe mais em casa. Agora a gente combina encontros com os amigos fora de casa:
– Vamos marcar uma saída!… – ninguém quer entrar mais.
Assim, as casas vão se transformando em túmulos sem epitáfios, que escondem mortos anônimos e possibilidades enterradas. Cemitério urbano, onde perambulam zumbis e fantasmas mais assustados que assustadores.
Casas trancadas.. Pra que abrir? O ladrão pode entrar e roubar a lembrança do café, dos pães, do bolo, das broas, do queijo fresco, da manteiga, dos biscoitos do leite….
Que saudade do compadre e da comadre!


Não deixe de fazer algo que gosta, devido á falta de tempo, pois a única falta que terá será esse tempo que, infelizmente, não voltará mais.
MÁRIO QUINTANA

terça-feira, 1 de novembro de 2011

A França é um sonho...

A França é sonho antigo...
Eu sempre brinco que se ganhar na loteria , vou pensar o que fazer sentada em frente ao Rio Sena tomando uma taça de vinho branco. Não visitei como gostaria a França, embora estivesse na Alemanha e em um dos dias visitei Metz, que era perto indo de trem.
Na minha próxima ida tenciono saber pelo menos um pouco de Frances, já que os franceses não são muito educados com turísticas e se negam a responder em inglês.
Eu achei a cidade linda, não tão limpa quanto as cidades alemãs , mas muito linda.
Tres coisas eu amei, a Catedral de Santa Ethienne, que foi a igreja mais bonita em arquitetura que já tinha visto. Ela é imponente. A entrada é margeada de inúmeras, centenas de estatuas que compõem o arco da porta. Dentro é magnífica. Tem um altar que é de perder o fôlego, merece meia hora sentada em frente, e eu fiquei. Entrei no subsolo e ele é estranho, úmido, frio. Nas paredes existem argolas de ferros e barras com argolas que também existem no chão e colunas com argolas, lembrou-me cenas da Inquisição e eu não me senti bem ali. A sensação de morte foi tão grande que sai de lá rapidinho. A nave central e os vitrais superam qualquer outra igreja que eu já tenha visto.
A segunda beleza são os jardins e as flores. Em uma das praças o símbolo do exercito é feita com flores na encosta do jardim, e dá um efeito muito bonito. E passei por uma praça com uma fonte linda, de flores simples mas muito colorida .
A terceira beleza é a visão das margens do Rio Mosela, com as construções ocorrem em suas margens e algumas contiguas ao rio , como em Veneza, mas o rio não é tão limpo como os rios da Alemanha. Independente da limpeza a imagem é muito bonita e tirei lindas fotos... Estou aumentando meus sonhos a realizar, vou conhecer mais da França , Paris, o interior e ainda vou conhecer Veneza um dia.