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segunda-feira, 16 de novembro de 2015

“A violência é sempre terrível, mesmo quando a causa é justa”.
Friedrich Schiller


Mais de uma centena de inocentes morreu em Paris em um atentado terrorista abominável.
Muitos inocentes morreram e morrem em uma travessia dificil, fugindo do terrorismo , da guerra e do radicalismo religioso, em busca de uma chance de continuarem vivos.
Muitos inocentes morrem todos os dias em bombardeios que combatem o estado islâmico. Não morrem apenas os terroristas.
Muitos inocentes morrem pelas mãos dos terroristas do estado islâmico, apenas por serem cristãos, ou por terem diferentes opções de vida.
Muitos inocentes morrem em países de regimes ditatoriais.
Muitos morrerão na guerra deflagrada.
Muitos inocentes morrem no Brasil porque a corrupção impede o correto investimento em saúde e segurança.
Muitos inocentes morrem todos os dias vitimas do trafico.
A natureza esta morrendo . Em Mariana, em Minas Gerais, e por onde esta lama toxica passar.



CHOREMOS E REZEMOS SIM !!! QUEM SABE O QUE RESTA DE HUMANO NA HUMANIDADE AINDA FAÇA ALGUMA COISA.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Visita

Visita


Envelheceu o nosso pai,
Se fez longínquo.
De olhos abertos
Dorme o sono das pedras,
Seu reino é uma ilha.

Ele sabe o nosso horror
Debaixo do sorriso,
Tudo ele vê, toca, atravessa,
Nossa bruma,
Nossa mão escondida.

O silêncio está tão perto,
Nós fechamos os ouvidos.
Ele passa lentamente,
Envergonha a nossa pressa
E se retira.


A penumbra de cada visita
Nos dai hoje,
Rezamos (sem rezar)
Todos os dias.  ( Mariana Ianelli)

Este poema me reportou aos meus pais ,principalmente  meu pai que se foi da nossa presença há mais tempo.
Eu converso com ele sempre que me sinto ansiosa com algum problema, ou me sentindo meio só. Ele sabe do que preciso . Nesta interlocução silenciosa eu mato minha saudade. Converso como se junto estivesse. No silencio encontro a minha resposta.
Pai... me significa muito.
Sou um ser social...sou um ser familiar.
Eu converso com minha mae , também. È uma conversa diferente, normalmente na cozinha. Eu estou resgatando as receitas de família, ai ela se faz presente. Mato as saudades dela , cozinhando e comendo.

A minha historia me formou, e me forma a cada dia. A minha ancestralidade me significa e ressignifica. Mato a saudade conversando em silencio, e a cada dia mais mergulhando em minha historia, me reencontro com meu pai. Meus avós, tias e tios e primos se fazem presente mais concretamente em meu viver. É uma cadeia que se une ao meu viver. Eu sou assim. Um ser forte e denso em minha historia e um ser  mutante, evoluindo , crescendo.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Na pequenez do meu mundinho

Na pequenez do meu mundinho

“Ter a certeza dos meus privilégios como ser humano em comparação a outros indivíduos que em nada diferem de mim, dói muito”. Dói porque me sinto impotente, e, pior, porque não consigo entender a discriminação nem a falta de igualdade.
Dói constatar que, para muitos, há vidas mais valiosas que outras” Glenda Andrade

Eu tenho me sentido triste com muitas postagens das redes sociais.  Eu não gosto de diferenças e classificações do ser humano. Eu não gosto de radicalismo. Eu não gosto de racismo.
Eu respeito a vida.
Eu respeito a minha vida, a vida das minhas filhas , a vida dos meus genros, a vida dos meus amigos. Mas o respeito a vida tem que ser ampliado a todo ser humano.....dificil, né?
Eu sou católica, devota de Nossa Senhora, mas respeito os evangélicos, os budistas, os espiritas , os umbandistas , os ateus...
Eu sou filha de um imigrante e me choca ver tanto sofrimento de novo no mundo. Eu respeito os imigrantes, nem sempre é desejo deles abandonar a pátria mãe e a família.
Eu estou na terceira idade , embora tenha muitos direitos, não os exijo se interferir no direito do outro, das crianças, jovens adultos e idosos como eu...
Eu tenho amigos , médicos como eu , mas tenho amigos professores, policiais, funcionários, balconistas, donas de casa, aposentadas, tenho amigos em todas as profissoes mas não os distingo pela profissão. Recentemente perdi um amigo, bom papo, morador de rua. Ele era culto, viajado e com bens , mas um reves na vida o levou a deixar tudo para tras  e morar na rua.
Eu fiz minhas escolhas , mas respeito as escolhas de todos. Respeito a opção sexual de cada um. Respeito a opção politica de cada um. Respeito a opção profissional de cada um.
Eu respeito os animais, os meus, os dos vizinhos e os de rua.
Não sou perfeita, mas faço uma auto critica constante e aceito as criticas que me somam conhecimento e capacidade de correção. Mas eu não sou racista porque não compartilho sobre pressão: “se não é racista compartilha”. Eu também não vou” rezar” por digitar amem ou curtir.
Nas redes sociais coloca-se de livre e espontânea vontade tudo, o que quiser.

O respeito é de cada um.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Canção na plenitude

Canção na plenitude
Lya Luft

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

Encontrei este poema entre os meus guardados. Como é belo.
Carreguei muitos fardos também. Alguns com gosto outros com gosto de fel . Eu creio que amar é isto.
Amar não apenas o seu par, seu companheiro, mas o amor como um todo.
Amamos diferente em todo o decorrer da vida. A criança também ama, se é feliz e bem cuidada, é um poço de amor. Ama brincar, ama mãe e pai, ama seus companheiros, seus irmãos e primos. Ama os bichos. Ama ler. Ama pintar. Ama seu pequeno mundo.
Quando jovem descobre o amor do outro, com o outro. Um par.
Como encanta dois jovens a se olharem. Que paixão ilumina seus olhares.
As mãos que se tocam irradiam amor. Um beijo roubado , um bombom , um bilhete vai aumentando e sustentando este amor pueril.
Ah! os namoros da juventude , barulhentos , intensos e cheios de paixão. As vezes duram, as vezes são fugidios, mas vão se repetindo e permitindo o crescimento.
O amor do começo da vida adulta envolve compromisso, construção e responsabilidades. As vezes com filhos. Sempre com construção, mas sem muito tempo. Há amor, há paixão , mas há rotina .
O amor da maturidade , este amor é diferente. Há se tempo para amar. Há maturidade e entendimento. Aumenta , não para todo mundo, mas para os que conseguiram se amar, a capacidade de estar com o outro.
É um engano achar que é mais calmo por ser menos intenso. Não, é mais calmo porque o tempo ensina a ouvir, ensina a dividir , ensina a somar. Divide-se partilhando, soma-se aprendendo sempre.
O amor da maturidade tem paixão e arrebatamento sim, mas tem entendimento também.
Pode-se amar diferente sempre a mesma pessoa. Pode -se recomeçar. Pode-se amar de novo um outro amor.
Amamos nossos filhos, e os que tem, seus netos. Amamos nossos irmãos. Amamos a familia Amamos com  e por paixão. Amamos nossos bons amigos. São amores diferentes.
Tambem amamos nosso trabalho, nosso lazer, nossos hobbies, nossas plantas, nossa casa, nossos bichos  e ate nossas manias.
O que não podemos é perder a capacidade de amar.


sexta-feira, 3 de julho de 2015

Forever young

FOREVER YOUNG

                                              

ETERNAMENTE JOVEM

Eternamente Jovem
Que o bom Deus esteja com você
Em cada estrada que perambular,
E que a luz do sol e a felicidade
Te envolvam quando você estiver longe de casa.
Que você cresça para ser orgulhoso
Digno e sincero,
E faça para os outros
Como você faria para si mesmo.
Seja corajoso e seja valente
E no meu coração você sempre permanecerá
Eternamente jovem, eternamente jovem,
Eternamente jovem, eternamente jovem.
Que a boa fortuna esteja sempre com você,
Que sua luz-guia seja forte,
Construa uma escada para o céu
Com um príncipe ou um vagabundo.
E que você nunca ame em vão
E no meu coração você ficará
Eternamente jovem, eternamente jovem,
Eternamente jovem, eternamente jovem.
Eternamente jovem
Eternamente jovem
Quando você finalmente voar embora
Estarei esperando que eu tenha servido bem a você,
Pois toda a sabedoria de uma vida
Ninguém pode jamais contar.
Mas qualquer que seja a estrada que você escolher,
Estou bem atrás de você, vença ou perca.
Eternamente jovem, eternamente jovem,
Eternamente jovem, eternamente jovem.
Eternamente jovem, eternamente jovem.
Eter, eternamente jovem, eternamente jovem.



Forever Young”

Eu adoro esta musica. Eu nunca tinha me debruçado sobre a letra, para senti-la com o coração.
Uma frase se destacou “que você nunca ame em vão”

Um dos grandes remédios para manter o espirito jovem, ter envelhecimento de corpo mais leve e mais lento e ser “eternamente jovem” é o amor.

Pensar nisto me levou a uma lembrança de uma pessoa “eternamente jovem” e de um jovem velho.

Eu estava sentada na entrada do Horto, um local de muita paz, no inicio de uma manha de domingo, só olhando a mata, escutando o vento e o som dos pássaros. No banco em frente esta uma mulher que me chamou a atenção, terceira idade, cabelos grisalhos bem arrumados, usando uma bermuda clássica abaixo dos joelhos, blazer combinando, lenço de seda no pescoço e tênis de caminhada. Nas mãos um livro aberto, de capa encadernada, e vê-se o titulo em dourado” Senhora” de Jose de Alencar. O livro combinando com a senhora!
Ela tem seus olhos no livro e parece em paz com o mundo ao derredor. Por mais incrível que pareça ela é parte deste mundo. Parece saída da literatura para ocupar este lugar.
Apos um tempo, ao virar uma pagina do livro, cai um papel que o vento trás para o meu lado. Eu pego e vou ao seu encontro para lhe entregar o papel. Ela me agradece com um sorriso encantador e me diz: sente-se ao meu lado eu estava a lhe observar a um tempo.
Eu me surpreendi e lhe respondi: como? Eu a vi toda absorta em sua leitura.
Ela sorri e me diz: o tempo ensina a ler e desfrutar do mundo, ouvir musica e ler, cantar e pintar. As atividades não são excludentes, podem ser complementares.
Eu nunca tinha pensado desta maneira, mas achei interessante.
Ela parecia querer conversar.
Ela me conta um pouco de sua vida, de uma infância de trabalho, morando em fazenda. Ela me conta que depois levantava cedo para ir de ônibus na escola da currutela. Ao chegar a casa ainda fazia lição de casa e ajudava nas tarefas.
Uma adolescência com muito trabalho. Ela se formou professora, trabalhando na escola. Ela se casou jovem com um agricultor como seus pais. Ela me conta que construiu com o marido varias fazendas, um bom patrimônio. Tem quatro filhos, (dois casais) e oito netos.
A mãe e o pai morreram em um acidente quando ela tinha 20 anos. O único irmão faleceu um ano depois e o marido quando os filhos eram adolescentes.
Maria me diz alegremente: eu sou uma mulher abençoada, tive uma vida feliz, eu sou muito feliz.
Eu pensei comigo, com esta historia de vida, se sente muito feliz.
Eu lhe perguntei: como você define ser muito feliz?
Ela rindo muito me diz: a vida é uma escolha, você pode escolher uma vida feliz, uma vida medíocre ou uma vida infeliz.
Eu reitero como pode ser uma escolha?
Maria rindo me diz: eu não programo os acontecimentos, os acidentes, os nascimentos ou as mortes, a maneira de enxerga-los, é que me define.
Você decide como vai viver a vida, a sua vida vai ter acontecimentos muito tristes e você vai lidar com a dor, vai ter momentos de sossego em que parece que nada acontece e momentos de muita alegria, festas, acontecimentos, encontros e só coisas boas.
Eu vivo todos os momentos, choro com a dor, dou muita risada com as coisas boas, abraço, danço namoro, leio canto e encontro a felicidade sempre, porque deixo a porta aberta para ela entrar.
Eu ainda me considero muito jovem. Ainda amo e vou amar muito.
Eu diria: Eternamente jovem, Forever Young.
Já Lucas eu conheci há um tempo atrás, um jovem de 16 anos. Veio vestido de calça social e camisa de mangas longas, sapatos sociais de verniz. Um jovem de rosto sisudo e tristeza no olhar. Um jovem perfeito , impecável. Ele me diz que só ouve musica clássica, só lê livros clássicos, não gosta de festas, não toma refrigerante. Fala duas línguas e esta estudando a terceira. Ele conta que tem só um amigo. Ele diz : Sou intolerante, gosto de tudo certinho, não aceito diferenças, sou ranzinza.e completa: eu não entendo esses jovens de calça jeans, tênis e camiseta. Eu não entendo estas conversas sem interesse. Eu não consigo rir de coisas tão banais. Eu não gosto de festas, nem de passear, nem de viajar, só se for para estudar muito. Eu não entendo os jovens.
Como se ele não fosse jovem. Este escolheu ver a vida de um jeito infeliz. Precisa encontrar amor na vida. 
Eu diria: eternamente velho, Forever old.

Forever young
“May the good lord be with you down every road you're on
And may sunshine and happiness, surround you when you're far from home
And may you grow to be proud, dignified and true
And do unto others as you'd have done to you
Be courageous and be brave
And in my heart you'll always stay
Forever young, forever young, forever young
May good fortune be with you, may your guiding light be strong
Build a stairway to heaven with your prince or your vagabond
And may you never love in vain
And in my heart you will remain
Forever young, forever young, forever young
Forever Young
Forever Young
And when you finally fly away, I'll be hoping that I served you well
For all the wisdom of a lifetime, no one can ever tell
But whatever road you choose
I'm right behind you
Win or lose
Forever Young”



segunda-feira, 29 de junho de 2015

29 de junho

Hoje é 29 de junho. Hoje Leonor , minha mae completaria 93 anos de vida . Eu sinto saudades, nao é dor, eu sei que seguimos um trilhar de nascimento, crescimento, e inexoravelmente um dia morreremos.
É saudade mesmo, é relembrar os bons momentos, as risadas, o passeio no Atacadão supermercado ( ela so comprava Fanta e besteirinhas) , comer carne de porco todo final de semana e em comemoraçoes ( comemorava ate entrada da primavera hahahaha), fazer caminhada no horto ( eu caminhava e ela tomava muito sorvete de coco) , comer muito pao de queijo e mexer com suas plantinhas.
Ela amava viajar e amava andar de aviao.
em uma ocasiao me pediu um blaser, chique como ela dizia. Era para usar em viagens de aviao. Fomos a uma costureira especial, fizemos um lindo blaser preto.
no dia da viagem , la vem ela de blusinha quentinha , velhinha e o blaser nos braços. Eu perguntei : nao vai de blaser. Logico que vou,me diz ela , vai no braço como as mulheres chiques. Por muitos anos este blaser andou de aviao!!
Por estas e outras  coisinhas que a saudade é grande.
Voce Leonor eu sei que esta bem, em seu aniversario fique com as minhas oraçoes e a minha saudade.
 Mamae e sua neta Juliana
 Beth minha irma, juliana e mamae
mamae , eu , Juliana e Laura suas netas

sexta-feira, 19 de junho de 2015

O QUE FALTA NUM RETRATO


O QUE FALTA NUM RETRATO

Um retrato aprisiona com luz e sombra
um fragmento do instante,
o que os olhos querem guardar:
um encontro,
uma gota de um momento.
Janela aberta para o passado,
ponte sobre o tempo que escorre.
Mas faltam o cheiro e o gosto.
Roseana Murray

Eu tenho “viajado” no tempo e no espaço com as fotos da família. Tanto as fotos da família Oliveira que estou escaneando e  montando meus álbuns, como as fotos da famila Krisam , fotos antigas dos meus álbuns e as que estou recebendo da Alemanha. Eu gosto de fotos , mas gosto mais de interagir e escutar historias ao vivo, Dividir as lembranças.
Eu as vezes surpreendo as pessoas porque embora as vezes eu fotografe bastante, na maioria das vezes eu tiro so uma ou outra foto, ou nenhuma.  Quando isto acontece é porque  viver o momento me é mais importante, ai eu não perco tempo fotografando.
A lembrança dentro da minha memoria é o mais importante. Eu gosto de assistir e ouvir uma orquestra , em silencio, sem me preocupar em filmar ou fotografar. Eu gosto de abraçar , com emoção no Ano Novo e não fotografar ,nem compartilhar.
A vida é para ser vivida.
Em um aniversario, curto a festa. Em um passeio, curto a paisagem. Em um encontro, curto o papo. Em uma palestra, aprendo. Em uma missa, rezo.

Uma amiga, que tira foto de tudo ate de comidas, me perguntou : e na velhice como você vai fazer para lembrar? Eu disse a ela que se eu estiver mentalmente saudável a memoria me trará as lembranças, se eu estiver com Alzheimer nem a foto me trará as lembranças.

terça-feira, 9 de junho de 2015

“PERNAS DE GELEIA”

“PERNAS DE GELEIA”
 Esta semana eu passei por 2 pequenos acidentes. Ontem uma mãe deixa o bebe sobre a maca de exame e vai ver uma mensagem no celular. A criança rola e eu a pego pelo pé , com minha mão esquerda. Após gritar com a mãe que se assusta e “cata” o bebe suspenso.
Apenas um susto para o bebe, uma bronca na mãe e o meu pulso inchado e doendo.
Hoje um tombo. Eu sempre pego um suco ou uma salada na lanchonete do hospital ao lado da minha clinica.  Eu faço sempre o mesmo trajeto , mas neste trajeto há um trecho em obras. Eu me distrai e topei o meu pé num vão com uma pedra e cai. Eu ralei os 2 joelhos, bati a mão que já estava doendo . Que dor.
Eu estou com os 2 joelhos ralados mas o que doi é o meu dedão, roxo e latejando.
Eu estava fazendo o curativo e rindo.  A Vanilza ( trabalhamos juntas) não entendeu e perguntou: com dor e rindo?
Parando o riso contei da minha infância. Eu corria bastante brincando junto com a minha irmã, mas a minha coordenação não era das melhores . Eu sempre corria e caia e esfolava os 2 joelhos. Ai voltava correndo para casa , chorando. O choro so aumentava com o álcool com arnica.
Quando a “casca da ferida” caia, la estava eu correndo de novo e um novo tombo e tudo recomeçava.
Minha irmã, menor, que nunca caia me apelidou de “pernas de geleia”. Uma alusão ao bambi, do filme da Disney , que ao começar a andar tinha pernas bambas, pernas de geleia.

Eu me lembro que morávamos na sobre esquina da confluência de 2 avenidas e a rua era em declive. Eu sempre caia na esquina de baixo , onde tinha um grande declive.  As vezes caia no plano também.
Acreditem , esta "tampinha " nunca caia. Pode??



segunda-feira, 1 de junho de 2015

O dia que fiquei invisível

O dia que fiquei invisível

Este texto da  Sra. Silvia Castillejon Peral, me fez imaginar envelhecimento. Estou na terceira idade, ainda bem saudável e trabalhando. Mas parando um momento para meditar , o texto é bem realístico. Criamos filhos para o mundo, os preparamos para seguir em frente, formar família, fazer carreira e viver a vida. Caberemos nestas vidas? So o tempo responderá. Teremos saúde para ficarmos só? Só o tempo respondera.  A partida sera tranquila? Esta resposta ficara para o ultimo dia. Ate la vou vivendo, trabalhando ,amando, convivendo .
Mas este texto realmente nos convida a repensar a vida.

“Perdi a noção do tempo. No meu quartinho não há mais folhinhas, na memória tudo está em reboliço. Coisas antigas foram desaparecendo como por encanto. Também fui apagando sem que ninguém se apercebesse. Morava com minha filha casada, porque sou viúva. Quando a família cresceu, me trocaram de quarto, para dar espaço ao novo membro que acabara de nascer. Passaram-me para a edícula, no fundo do terreno, com as tralhas da casa. Para serem “gentis” prometeram trocar o vidro quebrado da janela. Mas se esqueceram. Nas noites frias, o vento gelado aumenta minhas dores reumáticas.

Um dia minha voz desapareceu, os filhos e netos não me respondiam. Fiquei sem voz, pensei. Por sua vez, eles conversavam sem olhar para mim, como se eu não existisse. Tento lhes dizer algo, na esperança que apreciem meus conselhos, mas sou ignorada. Não respondem e nem sequer me olham. Nestas condições, me retiro de fininho e vou para meu canto antes de terminar a caneca de café.  Fiz isto várias vezes, para compreenderem que estou magoada e então pedirem perdão...  Mas ninguém vem. Depois de mais uma noite de insônia e mágoa tento lhes dizer: - Quando morrer, ai sim vão sentir minha falta.  Neste momento meu neto em deboche diz:  - Estás viva ainda vó?

Numa certa manhã, um dos meninos entrou no meu quartinho, jogou umas rodas de bicicletas, sem notar minha presença com ao menos um oi vó. Mas nada disso aconteceu.  Então me convenci, fiquei invisível.

Houve um dia quando os meninos me disseram que no dia seguinte iríamos todos ao campo, neste raro momento me tornei visível novamente. Apalpei meus braços e me reconheci, fiquei feliz. Sorria como criança de contentamento. Fazia tanto tempo que não saia!

Fui a primeira se levantar. Arrumei-me logo para não correr o risco de atrasá-los. Em pouco tempo, todos entravam e saiam da casa, jogando bolsas e brinquedos no carro. Eu já estava pronta, feliz. Esperei aguardando me chamarem. Mas nada disso aconteceu. Devo ter ficado invisível novamente – pensei. Procurei me justificar, a família cresceu e não sobrou lugar para mim.

Neste momento, caí na real e tive vontade de chorar. Mas pensei, são jovens, riem, sonham, se abraçam, se beijam. E eu... bem, antes beijava os meninos e as meninas, me agradava tê-los nos braços, era um pedaço de mim continuando a vida. Ah, até cantava canções de ninar para que fossem absorvidos pelo sono.

Um dia minha neta acabava de ter um bebê, minha bisneta! Que alegria.  Sem cerimônia me disse que não era bom que os velhos beijassem os bebês por questões de higiene. Poderia contaminá-los. Desde então, não me aproximei de tanto medo de contagiá-los! Mas eu os bendigo e a todos perdoo, porque... que culpa eles têm de eu ter-me tornado invisível? “


Depois desta história, me convenci de que existem milhões de seres ocultos, zumbis invisíveis nos asilos e hospitais porque se tornaram irrelevantes, ou um estorvo, ou um nada para a sociedade e para o progresso. Tornaram-se socialmente invisíveis. Queira Deus que muitos cheguem pelo menos a ser invisíveis, porque outros nem lá chegam, atropelados pela indiferença e pela ausência de amor.”

sexta-feira, 29 de maio de 2015

“Dançando sobre cacos de vidro”

“Dançando sobre cacos de vidro”

Eu não sei se este titulo me faria olhar o livro. Ele me caiu nas mãos, minha filha tinha lido e me deu. Ele andou no meu carro por semanas. Um dia resolvi  ler este livro.
Ele se inicia mostrando o casal , ele com transtorno bipolar grave e ela com historia genética de câncer de mama agressivo. Eles se apaixonam....sem tirar o suspense, leiam.
Uma historia de amor. Uma historia quase  impossível de amor.
A autora Ka Hancock é uma enfermeira que trabalha na psiquiatria, e este é seu primeiro livro publicado.
O livro é minucioso em detalhes, dos pesonagens, locais e situações sem ser maçante. Eu diria que é um livro gostoso de se ler.
Um livro so prende minha atenção e merece ser relido se eu conseguir “entrar” na historia, imaginar, sentir, me emocionar.
“Agora sei a diferença entre tristeza e depressão. A depressão clinica não tem uma origem – simplesmente existe. A tristeza intratável não tem nada a ver com sinapses, química cerebral ou nutrientes essenciais; ela é fruto de algo. É o produto da injustiça e da impotência. Pode ser anestesiada, suponho , mas depois que o efeito da medicação passa, fica ali, inalterada, como um intruso que invadiu nossa casa e continua nela, manhã após manhã , ao acordarmos. Se pudesse escolher, eu preferiria estar deprimido. Da depressão já voltei.”
Este pequeno trecho define a profundez do tema e da historia.
Eu me emocionei  . Não há palavras para descrever a emoção por tras dessas paginas, eu chorei em varias etapas do livro, especialmente no final.
É uma emocionante lição de vida, amor e esperança para qualquer um.

É magnifico!!

São Kim Degun

São Kim Degun

Tudo acontece em São Paulo!!
Eu sempre me surpreendo com São Paulo. Em maio estive a passeio em São Paulo e no domingo dia das mães, estava so . As filhas e eu comemoramos dia 09 meu aniversario e o dia das mães conjuntamente.
Na manhã de domingo eu decidi assistir a missa. Ao chegar no Mosteiro de São Bento a missa estava no final. Eu fui tomar café e ai fui andando ate a Catedral da Sé.
 A manhã estava fresca e com uma leve garoa...bom para caminhar. Ao chegar na praça da Sé eu a vi lotada, e na lateral da Catedral uma van da TVCA. Eu pensei comigo: a missa das mães sera linda.
Entrei. Uma grande surpresa, a igreja esta bem cheia e a imensa maioria dos fieis são coreanos.
Na entrada uma senhora em traje típico , com uma cesta nas mãos me entrega um terço e um cartão. O cartão me conta que estamos na missa de comemoração do 50˚ aniversario da Paroquia coreana em São Paulo, com homenagem a São Kim Degun.
Eu entrei e me sentei. Olhando ao redor  vi as mulheres ( muitas ) em roupas típicas , um vestido longo meio aberto, saia meio “armada”, em lindas sedas coloridas e blusa de manga longa, e cintura alta. As mulheres estavam bem maquiadas. Lindas.
O padre, coreana, as madres, coreanas, o coral, coreano, tudo isto junto ainda não tinha visto.
Entraram crianças com lanternas e roupas tradicionais , a seguir o andor com São Kim Degun.
A missa foi em português, os cânticos em coreano. O visual das mulheres em trajes típicos maravilhoso.
Um amigo aqui, jovem, diz que as coisas diferentes “caem” na minha vida. Eu prefiro entender como :
UM PRESENTE



As fotos sao poucas porque eu so fotografei antes da missa. Eu nao tiro fotos em oficio religioso



quinta-feira, 28 de maio de 2015

Intolerancia

INTOLERANCIA

O ser humano sempre me surpreende. Estive de férias em São Paulo. Eu amo São Paulo, gosto de andar, gosto de passear.
No domingo de manha passeando na feira de artesanato da Praça da Republica, eu parei em uma barraca para tomar uma agua mineral. Um senhor de idade avançada se aproxima de mim e pede uma moeda pra completar e comprar um lanche . Ele esta com 2 reais na mão, o espeto de carne custa 4 reais.
Ele é bem idoso , de roupas bem comuns mas esta limpo e sem cheiro de bebida alcolica.
Eu me dirijo a moça da barraca e peço a oferta : 2 espetos e uma garapa por 8 reais. Ela se vira para pegar um resto sobre a mesa, como se ele não merecesse a minha oferta. Enfureci.
Fui enfática e disse: a senhora me sirva com presteza, educação e me entregue o que pedi. Quero estes dois de qualidade, no pratinho como todos estão sendo servidos e com guardanapos. É isto ou uma denuncia de discriminação. Pode escolher. E complementei : e vamos comer na mesa.
O senhor comeu com fome e prazer. Neste curto período de tempo pode me contar que não tem mais família, dorme em um albergue , como quando da, e as vezes uma senhora lhe fornece comida mesmo, como hoje. Ele me conta que a “velha “ morreu de doença ruim e os filhos morreram antes dele, o que ele acha a única ingratidão de Deus em sua vida. E me diz que ainda tem esperança de voltar para Minas Gerais.  Ele me agradeceu e eu ganhei tambem um olhar fulminante da moça da barraca.
Eu fiquei pensando em como pessoas podem ser intolerantes. As vezes pequenos gestos ofendem enormemente. Eu senti vergonha . Eu me senti indignada . Eu senti uma dor imensa.

Como pode alguém agir com dois grandes desrespeito: desrespeitou o meu pedido de cliente e desrespeitou um senhor de idade. A  este desrespeito eu não perdoo.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Theatro Municipal de Sao Paulo

Maio de 2015

    “Ouvido se não tem, aprende se a ter”. Uma frase estranha que me reportou à musica. Não se nasce com o dom de ouvir e gostar de boa musica, aprende-se ouvindo, prestando atenção, tendo acesso e com vontade pessoal, estudando e conhecendo. Apenas para ouvir só se faz necessário a musica e a disponibilidade em ouvi-la. Para compreender e desfrutar do que se escuta pode ser preciso um pouco mais.
     Como ouvir uma sinfonia em todo seu esplendor e “entende-la”, como perceber as nuances do som, as melodias do conjunto? A resposta embora pareça simples não o é. Uma sinfonia é uma obra grandiosa na qual o autor conta uma historia através das melodias, em alguns movimentos ele apresenta a introdução, depois desenvolve o tema e depois conclui, finalizando sua idéia.
    


Neste meu aniversario , eu me dei um presente . Fui ao Teatro Municipal de Sao Paulo para ver, assistir e me deleitar em um concerto.  O passeio começa ao adentrar o hall de entrada, magnifico, impactante em seu esplendor. É uma viagem no tempo. LINDO.
Eu comprei um ingresso na segunda fila , a poucos passos do maestro e do violinista que fui ouvir e ver.Fui ouvir o concerto para violino e orquestra  N 5 K 219de Wolfgang Amadeus Mozart , com o solo de violino de Nikita Boriso-Glebsky. Um violinista estupendo, russo.
Ele nao toca com tecnica exemplar , ele toca com a alma , a perfeição é absoluta, seu rosto se contrai. Ele vive a musica que toca e toca com o coração.
Ha tempos eu nao me emocionava tanto. Eu chorei de emoção. Ai me lembrei de meu pai , que tanto amava a musica e tanto amava Mozart.Em 2004 escrevi o texto abaixo e realmente é mergulhando na musica que se sente, é revendo que se entende.


"Para ouvir um concerto o conhecimento teórico ajuda, mas não é imprescindível; embora que quanto mais conhecemos da teoria musical, da construção harmônica de uma peça, da utilização dos tons maiores para expressar força, alegria, e emoções fortes ou menores para expressar tristeza, melancolia, luto, um pouco mais podemos entender o caminho que o autor pode ter tentado tomar, o que tentou transmitir.  O conhecimento permite o entendimento, mas é difícil que ocorra este entendimento durante a execução da peça musical, só após o termino é que conseguiremos uma “visão de conjunto” da obra. O conhecimento teórico permitiu ai o entendimento da construção da sinfonia e a seqüência melódica e a harmonia utilizada, mas se permanecemos atrelados às teorias durante a execução o que não conseguimos foi ouvir a musica.

    Um concerto se inicia, e se nos permitimos nos desatrelar da teoria e nos deixarmos “ser invadidos” pelo som conseguiremos perceber a linha melódica principal, ouvindo-a como a maioria o faz horizontalmente apenas acompanhando a melodia, mas podemos escutar também estruturalmente, percebendo os temas que se imbricam em um sentido vertical com varias linhas melódicas que se reúnem e juntas constroem a harmonia da peça. È como se fossem duas pessoas conversando, uma fala (a primeira linha melódica) e a outra responde (a segunda linha melódica) e seguem repetindo, se imiscuindo, invertendo, se unindo, se completando.  Em separado seriam 3 a 4 “sentenças musicais” diferentes, mas elas ao se juntarem quase imperceptivelmente constroem a sinfonia. É preciso deixar que as linhas melódicas surjam uma a uma para ai conseguir considera-las em seu conjunto harmônico. Não é possível esta percepção atrelada à leitura teórica da peça, é necessário um certo distanciamento do pensamento teórico para que a musica pura seja percebida e considerada. É como se o autor tivesse encerrado segredos em sua musica que só podem ser percebidos por aqueles que aprendem a ver abaixo da superfície."

terça-feira, 28 de abril de 2015

..."Devia logo de manhã, passar um sonho pelo rosto. É isso que impede o tempo e atrasa a ruga..." Mia Couto

Esta frase de Mia Couto faz parte do meu quadro de sonhos a realizar. É um porta mensagens em frente do computador onde coloco fotos e vou colocando meus sonhos a realizar.
Estou na frente dele.
Estou triste.
Tem muitos sonhos e sei que nao vou realizar nem mesmo a metade deles, mas visitar o Nepal sempre foi um grande sonho. Agora frente a esta imensa tragedia o sonho sera protelado , quem sabe cancelado
Sempre nutri o desejo nao de escalar , porque nao tenho o preparo, mas de olhar numa proximidade segura, quem sabe no sopé das montanhas o Himalaia.
Eu tenho um apreço muito grande pelo Budismo, embora seja catolica de formação e de coração. Adoro yoga e pratico sempre, adoro meditação e amo o silencio.
Andar pelos milenares templos sempre foi um sonho. Ve-los em ruinas me doeu o coração. A pior dor é ver a desolação no rostos daquele povo.
O mundo esta numa grande convulsao de crenças e valores e a intolerancia religiosa e de raça rensce e cresce a cada dia. Ai vem esta catastrofe que dizima milhares , mortos em minutos , sem defesa, sem nem tempo de ver o que estava acontecendo.
Eu sou uma crente, nao no sentido religioso , mas no sentido de crer que a vida pode ser boa, que temos chance de construir um mundo possivel de se viver.
É utopico eu sei , mas é um sonho que vou colocar junto aos outros.
Quero voltar a Alemanha, quero conhecer a familia Krisam, quero ir ao Caribe, conhecer Paris, conhecer Praga, quero andar em Nova York. Quero tempo para ler as poesias de Neruda. Quero tempo para o caminho de Santiago . Quero subir a Machu Pichu. Quero terminar o meu livro . quero ler muito. Quero ouvir a obra toda do Beethoven. e ainda quero conhecer o Nepal.
Vou fazer 62 anos em 09 de maio, mas ainda me sinto tao jovem ....Talvez sejam os sonhos que passo pelo rosto em cada manhã...

segunda-feira, 27 de abril de 2015

a grande familia

A grande familia

Passei alguns meses longe deste blog. Problemas técnicos. O meu genro, para quem o computador parece coisa simples( para mim é um monstro , daqueles que ficam embaixo da cama) resolveu . I’m back. Ou melhor Ich bin zurück.
Estes meses , desde o carnaval, estive meio adoentada, embora continuasse trabalhando, tive que desacelerar.
Tendo tempo, aumentou o pensamento.
Eu sempre tive a sensação de pequenês. Uma família pequena , com pouca expansão, pouco compartilhar. Sempre foi meu pai, minha mãe, minhas irmãs, meu tio Chico e Tia Maria e as primas por parte de mamãe. Os outro parentes de mamãe sempre longe e pouco contato. Os parente de papai, na Alemanha, so historia contada.
No meu primeiro casamento , vieram três filhas. Das irmãs vieram três sobrinhas, e do lado do marido uma família enorme. Mas era agregada, não minha. O avô me acolheu, a avó, mais ou menos e uma cunhada se tornou irmã de coração.
Eu não tenho o porque de meu pai não nos ensinar nem uma palavra de sua língua materna , o alemão. Mamae era brasileira nata e também não aprendeu a língua. Meu pai falava em alemão com amigos, escrevia em alemão aos parentes e amigos alem mar. Não falava em casa, não lia em alemão, em voz alta, não cantava em alemão. Ele se foi há 34 anos e não sei a resposta.
Há menos de um ano , após uma busca , e ate uma viagem à Alemanha, na net encontrei um primo . Aí se descortinou toda uma família, 1primo, duas primas , seus filhos e genros ( que ainda conhecerei um dia) e a historia completa dos antepassados.
Este mergulho no passado, na historia e o conhecimento da família de hoje me fascinou.
Eu tenho uma família aqui , uma família materna no Brasil e uma família paterna na Alemanha.
Ich danke Gott!

Eu agradeço a Deus!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Antigamente...

Antigamente...

Que vagares incertos, passam as horas e às vezes dias e me encontro de novo nesta viagem em busca de minhas memorias. Desta vez estou não criança mas em uma brincadeira dançante, nossa que antigo, brincadeira dançante em fim de tarde e começo de noite em que cada um levava um pratinho de salgado e uma tubaina e se paquerava muito , com olhares furtivos , e quem sabe ate um pedido para dançar .No começo da brincadeira muito Roberto, Erasmo e Vanderleia na vitrolinha , depois Beatles e lá pelas oito horas , quase hora de ir embora, musica lenta , suave para dançar juntinho. Que lembrança , a paquera já ia lá pelas suas varias semanas de olhares roubados , de recadinhos e veio o convite para dançar, um jovem dois anos mais velho, mais velho..., lindo e só de pegar na minha mão , veio aquele frio na barriga e aquela emoção da primeira vez,minha primeira dança junto de um rapaz e me senti pesada e flutuando ao mesmo tempo , sumiu a sala e o mundo e não me lembro de muita coisa , de palavras não me recordo , só de um mergulho em seus negros olhos e a sua mão úmida segurando a minha e a imensa vontade de parar o tempo , congelar o momento e  nem sair do lugar.
Tempo. Tempo que nem sei quanto e o sim ao pedido de namoro, naquela época o pedido era formal , e voltar para minha casa de mãos dadas, ate o portão . O sabor daquele beijo roubado e rápido durou tempo, muito tempo. Como é bom recordar que houve um primeiro beijo. Como é bom recordar que foi bom o primeiro beijo. Namoro de passear na praça de mãos dadas, de beijos roubados no escurinho do cinema, de ganhar muita rosa roubada de jardins alheios . Durou pouco. Dura ate hoje a sensação gostosa de que é possível sentir o mundo em duas mãos que se tocam , se buscam e se encontram. Nada pode ser mais sensual que duas mãos que se descobrem , dá para se estar inteira em um toque.
             Toque de seda e de areia , de secura e umidade, de suavidade e força, de prazer infinito em um momento.


sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Uma poesia


SER, PARECER
Mia Couto

Entre o desejo de ser
e o receio de parecer
o tormento da hora cindida

Na desordem do sangue
a aventura de sermos nós
restitui-nos ao ser
que fazemos de conta que somos.





Acordei pensando na vida...
            Eu acordei muito cedo, levantei e fui para a área do fundo em silencio. Já que acordei pensei comigo mesma, vou tomar um café e escrever. Escutar o barulho do vento e o cantar dos pássaros é sempre uma benção na minha vida.
            Lembrei-me de uma frase que me acompanha há anos : “Você deve amar a vida como ela é, não como gostaria que fosse”.  Esta frase não é dele mas ela vai sempre me reportar ao meu amigo Ricardo, ou frei Jose como se tornou nos últimos 30 anos de vida. Uma pessoa de muita fé... não  apenas a fé religiosa,mas a fé no ser humano, na bondade humana .Ele viveu anos na Africa, em campos de refugiados e sempre me dizia que lá é onde se vê e se vive solidariedade. Quem tem divide. Divide um pão, divide um abraço, divide as dores e as alegrias. Ele jamais se readaptou a trabalhar com adultos, nem se adaptou a simples vida monástica. Ele  ao retornar ao Brasil optou em  trabalhar com jovens, tanto na vocação sacerdotal, como com os jovens de rua em um belíssimo trabalho. Ele sempre me disse que a vida não da para ser planejada. Planejamos o trabalho, o dia a dia.Planejamos uma festa . Planejamos uma viagem, uma visita, um passeio. Sempre dá certo? Não, coisas ocorrem, muda o rumo. Re-planejar? Conformar-se? Não, apenas viver o que vem.
            Há um tempinho tenho me debruçado sobre como estou vivendo a minha vida. Eu estou tentando respeitar  um “espaço  de tempo”só meu. Um tempo para resignificar a minha vida.
            Eu trabalho muito. Eu gosto do meu trabalho. Mas eu também faço muitas coisas. Ai eu me canso .
            Ter não é sinônimo de felicidade. Ter o melhor carro, a bolsa da mais famosa grife , a casa enorme e mobiliada pelos melhores decoradores não promove alegrias. É necessário desfrutar do que se tem.
            Os nossos dias são de correria ,correria atrás de ganhar dinheiro para comprar , e se trabalha tanto que ao fim de cada dia o que se quer é dormir. Os sonhos vão ficando para trás.
Por isso neste final de ano, me dei um período de 2 semanas so meu. Eu e eu,  meus gatos , o namorado,

e uma boa musica, um cha, um vinho, tempo para uma visita, arrumar meus álbuns de fotos e de memorias.
Um período atoando...
           
            


segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Mahnmal Trier

Mahnmal Trier

Memorial Trier

“Warum erinnern?
Wer sich der Unmenschlichkeit nicht erinnern will,
der wird wieder anfällig für neue
Ansteckungsgefahren” .
( Porque se lembrar?
Aqueles que não se recordam da desumanidade
Estão novamente vulneráveis
Aos novos contágios)

Este Memorial ( Mahnmal Trier) existe em Trier, sudoeste da Alemanha. Ele é um memorial judaico para homenagear os que sofreram com o Nacional socialismo na Segunda Guerra Mundial.
 A homenagem abrange o povo judeu da região  Trier dizimado no Holocausto, nos Campos de Concentraçao, aos clérigos da Igreja Catolica e Protestante , aos grupos de jovens católicos na luta contra o nazismo, local que ocupa meu pai, as minorias étnicas como a população cigana da Lituania, os pobres, os deficiente, esterilizados em massa...
Por merito de nosso primo Alois, a sua historia foi incluida no memorial.
Muito nos honra a inclusão da historia de meu pai no Memorial.  A sua luta lhe custou ser perseguido, preso pela Gestapo e ter que emigrar para o Brasil. Muito nos honra a sua integridade,  seus valores.
Este começo de ano foi de grandes turbulências em  nosso Mundo. E a cada dia mais e mais se banaliza a violência.
A Africa esta em um dos momentos mais violentos, um continente mergulhado em problemas, de pobreza, fome, doenças e agora alvo de radicais, dizimando aldeias inteiras. A violência aumenta a cada dia.
A Europa alvo de atentados terroristas radicais. O medo reaparecendo e crescendo a cada dia.
No Brasil a escalada da violência aumenta a cada dia. O trafico sustenta uma  grande violência .
Que possamos relembrar a historia de nosso Mundo para que não deixemos voltar a violência,e  a guerra.
Que possamos relembrar a historia dos que tiveram coragem e heroísmo de lutar contra o Nazismo ou qualquer outra forma de dominação.
Que possamos homenagear os heróis da nossa vida.
A nossa família, família Oliveira Krisam, tem em sua historia muita luta, muitas batalhas, muitas perdas mas muita reconstrução. Uma historia de luta pela vida, com muita seriedade, trabalho, dedicação, fé e amor.
 Link de acesso a pagina de Martin Krisam

Assim que possível postarei em português.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

“Se não buscarmos o impossivel, acabamos por não realizar o possível"






“Se não buscarmos o impossivel, acabamos por não realizar o possível"
Leonardo Boff

Eu sempre digo , quando me perguntam como consigo fazer tantas coisas, que o tempo é diferente para cada pessoa.
Eu trabalho bastante e gosto do meu trabalho.
Eu também trabalho bastante porque gosto de algumas coisas e preciso compra-las.
Eu leio muito, compro muitos livros.
Eu gosto de viajar e ver minhas filhas.
Eu gosto de viajar para conhecer novos lugares ou rever outros
Eu gosto de plantas
Eu gosto de cozinhar.
Eu gosto de um bom vinho ,numa linda taça.
Eu gosto de uma praia.
Eu tenho um quadro com imãs no meu escritorio. Eu coloco algumas fotos, imagens , mensagens e sonhos a realizar.
Eu tenho centenas de sonhos a realizar. Vou realizar todos?
Provavelmente so alguns. As vezes faço uma programação, não da certo e faço outra coisa. Consigo assim realizar muitos dos meus sonhos
Isto é o que interessa: “Se não buscarmos o impossivel, acabamos por não realizar o possível"
Se eu não tivesse passado um longo tempo buscando as minhas raízes alemãs, não estaria agora conhecendo meu primo, pela net, e logo logo, pessoalmente. Fui desanimada por algumas pessoas, mas agora as mesmas pessoas se espantam de eu ter conseguido.
Ai eu me pergunto, se eu não tentasse teria conseguido?
Se eu não trabalhar muito poderia viver minhas vontades?

Viver a vida para mim é como tomar um bom vinho, bebo lentamente, degustando, apreciando. E fica melhor bem acompanhada!!!