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sexta-feira, 29 de maio de 2015

“Dançando sobre cacos de vidro”

“Dançando sobre cacos de vidro”

Eu não sei se este titulo me faria olhar o livro. Ele me caiu nas mãos, minha filha tinha lido e me deu. Ele andou no meu carro por semanas. Um dia resolvi  ler este livro.
Ele se inicia mostrando o casal , ele com transtorno bipolar grave e ela com historia genética de câncer de mama agressivo. Eles se apaixonam....sem tirar o suspense, leiam.
Uma historia de amor. Uma historia quase  impossível de amor.
A autora Ka Hancock é uma enfermeira que trabalha na psiquiatria, e este é seu primeiro livro publicado.
O livro é minucioso em detalhes, dos pesonagens, locais e situações sem ser maçante. Eu diria que é um livro gostoso de se ler.
Um livro so prende minha atenção e merece ser relido se eu conseguir “entrar” na historia, imaginar, sentir, me emocionar.
“Agora sei a diferença entre tristeza e depressão. A depressão clinica não tem uma origem – simplesmente existe. A tristeza intratável não tem nada a ver com sinapses, química cerebral ou nutrientes essenciais; ela é fruto de algo. É o produto da injustiça e da impotência. Pode ser anestesiada, suponho , mas depois que o efeito da medicação passa, fica ali, inalterada, como um intruso que invadiu nossa casa e continua nela, manhã após manhã , ao acordarmos. Se pudesse escolher, eu preferiria estar deprimido. Da depressão já voltei.”
Este pequeno trecho define a profundez do tema e da historia.
Eu me emocionei  . Não há palavras para descrever a emoção por tras dessas paginas, eu chorei em varias etapas do livro, especialmente no final.
É uma emocionante lição de vida, amor e esperança para qualquer um.

É magnifico!!

São Kim Degun

São Kim Degun

Tudo acontece em São Paulo!!
Eu sempre me surpreendo com São Paulo. Em maio estive a passeio em São Paulo e no domingo dia das mães, estava so . As filhas e eu comemoramos dia 09 meu aniversario e o dia das mães conjuntamente.
Na manhã de domingo eu decidi assistir a missa. Ao chegar no Mosteiro de São Bento a missa estava no final. Eu fui tomar café e ai fui andando ate a Catedral da Sé.
 A manhã estava fresca e com uma leve garoa...bom para caminhar. Ao chegar na praça da Sé eu a vi lotada, e na lateral da Catedral uma van da TVCA. Eu pensei comigo: a missa das mães sera linda.
Entrei. Uma grande surpresa, a igreja esta bem cheia e a imensa maioria dos fieis são coreanos.
Na entrada uma senhora em traje típico , com uma cesta nas mãos me entrega um terço e um cartão. O cartão me conta que estamos na missa de comemoração do 50˚ aniversario da Paroquia coreana em São Paulo, com homenagem a São Kim Degun.
Eu entrei e me sentei. Olhando ao redor  vi as mulheres ( muitas ) em roupas típicas , um vestido longo meio aberto, saia meio “armada”, em lindas sedas coloridas e blusa de manga longa, e cintura alta. As mulheres estavam bem maquiadas. Lindas.
O padre, coreana, as madres, coreanas, o coral, coreano, tudo isto junto ainda não tinha visto.
Entraram crianças com lanternas e roupas tradicionais , a seguir o andor com São Kim Degun.
A missa foi em português, os cânticos em coreano. O visual das mulheres em trajes típicos maravilhoso.
Um amigo aqui, jovem, diz que as coisas diferentes “caem” na minha vida. Eu prefiro entender como :
UM PRESENTE



As fotos sao poucas porque eu so fotografei antes da missa. Eu nao tiro fotos em oficio religioso



quinta-feira, 28 de maio de 2015

Intolerancia

INTOLERANCIA

O ser humano sempre me surpreende. Estive de férias em São Paulo. Eu amo São Paulo, gosto de andar, gosto de passear.
No domingo de manha passeando na feira de artesanato da Praça da Republica, eu parei em uma barraca para tomar uma agua mineral. Um senhor de idade avançada se aproxima de mim e pede uma moeda pra completar e comprar um lanche . Ele esta com 2 reais na mão, o espeto de carne custa 4 reais.
Ele é bem idoso , de roupas bem comuns mas esta limpo e sem cheiro de bebida alcolica.
Eu me dirijo a moça da barraca e peço a oferta : 2 espetos e uma garapa por 8 reais. Ela se vira para pegar um resto sobre a mesa, como se ele não merecesse a minha oferta. Enfureci.
Fui enfática e disse: a senhora me sirva com presteza, educação e me entregue o que pedi. Quero estes dois de qualidade, no pratinho como todos estão sendo servidos e com guardanapos. É isto ou uma denuncia de discriminação. Pode escolher. E complementei : e vamos comer na mesa.
O senhor comeu com fome e prazer. Neste curto período de tempo pode me contar que não tem mais família, dorme em um albergue , como quando da, e as vezes uma senhora lhe fornece comida mesmo, como hoje. Ele me conta que a “velha “ morreu de doença ruim e os filhos morreram antes dele, o que ele acha a única ingratidão de Deus em sua vida. E me diz que ainda tem esperança de voltar para Minas Gerais.  Ele me agradeceu e eu ganhei tambem um olhar fulminante da moça da barraca.
Eu fiquei pensando em como pessoas podem ser intolerantes. As vezes pequenos gestos ofendem enormemente. Eu senti vergonha . Eu me senti indignada . Eu senti uma dor imensa.

Como pode alguém agir com dois grandes desrespeito: desrespeitou o meu pedido de cliente e desrespeitou um senhor de idade. A  este desrespeito eu não perdoo.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Theatro Municipal de Sao Paulo

Maio de 2015

    “Ouvido se não tem, aprende se a ter”. Uma frase estranha que me reportou à musica. Não se nasce com o dom de ouvir e gostar de boa musica, aprende-se ouvindo, prestando atenção, tendo acesso e com vontade pessoal, estudando e conhecendo. Apenas para ouvir só se faz necessário a musica e a disponibilidade em ouvi-la. Para compreender e desfrutar do que se escuta pode ser preciso um pouco mais.
     Como ouvir uma sinfonia em todo seu esplendor e “entende-la”, como perceber as nuances do som, as melodias do conjunto? A resposta embora pareça simples não o é. Uma sinfonia é uma obra grandiosa na qual o autor conta uma historia através das melodias, em alguns movimentos ele apresenta a introdução, depois desenvolve o tema e depois conclui, finalizando sua idéia.
    


Neste meu aniversario , eu me dei um presente . Fui ao Teatro Municipal de Sao Paulo para ver, assistir e me deleitar em um concerto.  O passeio começa ao adentrar o hall de entrada, magnifico, impactante em seu esplendor. É uma viagem no tempo. LINDO.
Eu comprei um ingresso na segunda fila , a poucos passos do maestro e do violinista que fui ouvir e ver.Fui ouvir o concerto para violino e orquestra  N 5 K 219de Wolfgang Amadeus Mozart , com o solo de violino de Nikita Boriso-Glebsky. Um violinista estupendo, russo.
Ele nao toca com tecnica exemplar , ele toca com a alma , a perfeição é absoluta, seu rosto se contrai. Ele vive a musica que toca e toca com o coração.
Ha tempos eu nao me emocionava tanto. Eu chorei de emoção. Ai me lembrei de meu pai , que tanto amava a musica e tanto amava Mozart.Em 2004 escrevi o texto abaixo e realmente é mergulhando na musica que se sente, é revendo que se entende.


"Para ouvir um concerto o conhecimento teórico ajuda, mas não é imprescindível; embora que quanto mais conhecemos da teoria musical, da construção harmônica de uma peça, da utilização dos tons maiores para expressar força, alegria, e emoções fortes ou menores para expressar tristeza, melancolia, luto, um pouco mais podemos entender o caminho que o autor pode ter tentado tomar, o que tentou transmitir.  O conhecimento permite o entendimento, mas é difícil que ocorra este entendimento durante a execução da peça musical, só após o termino é que conseguiremos uma “visão de conjunto” da obra. O conhecimento teórico permitiu ai o entendimento da construção da sinfonia e a seqüência melódica e a harmonia utilizada, mas se permanecemos atrelados às teorias durante a execução o que não conseguimos foi ouvir a musica.

    Um concerto se inicia, e se nos permitimos nos desatrelar da teoria e nos deixarmos “ser invadidos” pelo som conseguiremos perceber a linha melódica principal, ouvindo-a como a maioria o faz horizontalmente apenas acompanhando a melodia, mas podemos escutar também estruturalmente, percebendo os temas que se imbricam em um sentido vertical com varias linhas melódicas que se reúnem e juntas constroem a harmonia da peça. È como se fossem duas pessoas conversando, uma fala (a primeira linha melódica) e a outra responde (a segunda linha melódica) e seguem repetindo, se imiscuindo, invertendo, se unindo, se completando.  Em separado seriam 3 a 4 “sentenças musicais” diferentes, mas elas ao se juntarem quase imperceptivelmente constroem a sinfonia. É preciso deixar que as linhas melódicas surjam uma a uma para ai conseguir considera-las em seu conjunto harmônico. Não é possível esta percepção atrelada à leitura teórica da peça, é necessário um certo distanciamento do pensamento teórico para que a musica pura seja percebida e considerada. É como se o autor tivesse encerrado segredos em sua musica que só podem ser percebidos por aqueles que aprendem a ver abaixo da superfície."