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terça-feira, 27 de setembro de 2011

arvore roxa

PASSAR RETO


Eu moro há 28 anos nesta cidade, e desço pela mesma rua para trabalhar há mais de 25 anos. Quando eu desço presto atenção no transito e algumas vezes observo o comercio ao redor. Revejo as lojas, as vezes eu percebo alguma mudança, outras vezes apenas presto atenção no transito. A atenção não é muito grande. Há algum tempo tenho tentado não passar direto pela vida. Eu tenho tentado olhar mais as arvores que o chão, mais as nuvens que a sujeira da rua.
Em uma noite, descendo para o hospital pela rua eu levei um susto: os postes de luz, na primeira metade que visualizei são do lado esquerdo e na segunda metade , 6 a 7 quadras depois são do lado direito. Como eu nunca vi esta diferença? Provavelmente nunca prestei atenção neste “pequeno” detalhe.
Fiquei pensando quantas vezes já observei as arvores em flores no trajeto de todo dia? Quantas vezes não vi os passarinhos nos fios de luz? Quantas vezes eu deixei de observar as nuvens, ou as estrelas ou a lua no céu?
As vezes olhando uma foto ao voltar de uma viagem percebo que o lugar é lindo, as flores maravilhosas e o entardecer foi estupendo.Agora despertada por este acontecimento me extasiei com o por do sol na minha cidade. Passando por uma avenida ( onde há tempos sempre passava) percebi os flamboyant floridos, lindos, dignos de uma bela foto. E a revoada de araras no começo da manhã? E as maritacas do final de tarde?
Eu realmente não estou mais passando reto, na tortuosidade destas descobertas , reencontrei o brilho e a beleza de cada dia.
Este foi um destes dias de descobertas.
Em uma nublada manhã de sábado , eu estava meio preguiçosa e sem pressa e passando pela mesma rua eu olhei o mesmo jardim e ate perdi o fôlego.Que arvore linda! A frondosa arvore toda florida , coberta por cachos de uma cor roxo azulada maravilhooooooosa. Eu parei o carro e fiquei um tempo me deliciando com a imagem. Eu estava sem a maquina no carro e pensei volto ainda hoje.
Ao meio dia eu retornei com uma amiga mais maluca que eu para tirar fotos da arvore. E não é que no mesmo dia vi outra arvore roxa numa bucólica casa de sitio. Parei na estrada e me deliciei com a segunda maravilha do dia.
“Quase um cartão postal”.
“Ter na vida algum motivo pra sonhar
ter um sonho azul
azul da cor do mar...”

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Preservar ou modernizar?

Preservar ou modernizar?

É possível o progresso e a modernização sem afetar a natureza? Eu sempre me pergunto se isto é possível, as vezes quando eu vejo uma cachoeira que depois foi transformada em clube ate com desvio do leito do rio e realmente acho que perdeu quase toda a beleza. Outra vez passando pela mesma estrada nas minhas ultimas férias eu vi um morro que eu sempre achei lindo com seus pinheiros, retalhado para se tornar um condomínio. Boa parte das arvores nativas foram cortadas para fazer uma alameda seguindo o “design” , a tendência em jardins do momento.
Há muitos anos atrás visitamos a cidade de Primavera do Leste junto com minha irmã, que estava de férias no Mato Grosso. Os garimpeiros da região, nos contaram que um pouco antes da cidade se virássemos a esquerda em uma estrada de terra que dava acesso ao garimpo encontraríamos uma lagoa de água quente. Fomos. Realmente uma lagoa na beira da estradinha de água quente, com fundo de areia , temperatura de mais de 40 graus centigrados e a água se turvou com a nossa entrada por mobilizar a areia do fundo. Era lindo o lugar, a água uma delicia e cercada pela natureza.

Voltamos a região anos depois, e o que encontramos? Um balneário de águas quentes, sem paisagismo, sem preservação da mata que a rodeava e sem nem mesmo uma foto do passado.


Eu vou continuar achando que não é difícil de explicar desmoronamento em morro desmatado , é ate esperado que ocorra. Tambem não é de se estranhar que crianças destruam a natureza. Elas so vão aprender se virem os adultos preservando , conservando, jogando lixo no lixo , reciclando e replantando.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Rir de si mesma

Quando eu viajo não gosto de programas com guia turístico. Eu respeito a profissão deles, mas eu acho chato. Horários rígidos que me impedem de conhecer alguns lugares a mais ou pessoas me frustram. Eu estava em uma cidade grande da Alemanha chamada Essen. Essen é uma cidade com um grande desenvolvimento tecnológico e possui museus desde arte e antiguidades ate museu da matemática e de tecnologias.
Eu olhei inúmeros folhetos e me decidi, não vou a nenhum deles. Eu vou andar a rota turística, de sete quilômetros, e ver o povo, comer uma torta, andar em um parque, atoando pela cidade (atoando é um termo usado pelo poeta Manoel de Barros e realmente expressa o meu desejo: atoar por Essen)
Eu sai para ver a cidade, passei por mais uma igreja, parei numa praça no centro para ouvir musica Fiquei emocionada com a ultima musica, linda.
Sai decidida a fazer a caminhada turística, andei mais de sete quilômetros, fui na Filarmônica um teatro magnífico, simples por fora e esplendoroso por dentro, pena que as fotos são proibidas. Passei em frente do Alter opera, teatro de acústica para operas e eventos. Eu me decidi, vou só passear, vou conhecer esta parte da cidade, ver as construções, as praças e quem sabe tomar um café diferente. Andei ate um entroncamento e ai resolvi voltar.
Retornando passei num bar café lindo, parecendo uma casa antiga e pedi uma torta e um cappuccino (to go que significa para viagem). Eu pedi no “meu alemão” já que o senhor que atendia não falava inglês. Ai pedi açúcar em alemão, mit zukker, o senhor olha ao redor e por sobre o balcão, eu estou só e ele diz: neine kinder, neine zuker? (nenhuma criança nenhum açúcar), o bate boca se prolonga e ele repete duas vezes neine kinder, neine zucker, e no meu fluentíssimo alemão eu desisto de tentar argumentar, como a torta \e resolvo tomar o cappuccino sem açúcar mesmo, saio rindo, um a zero pros alemães... hahaha. A maravilha é que o cappuccino é feito com cacau, e é delicioso, e a torta de amoras é bonita de se ver e de sabor indescritível.
Após comer a torta , entrei com meu cappuccino no parque e ainda ri por boa meia hora me lembrando de que sem crianças naquele bar...nenhum açúcar...so a dulcíssima torta. Hahaha.

Realmente quando eu conseguir voltar pretendo estar falando um pouco melhor a língua alemã e batalhar pelo meu açúcar .
A primeira foto é o cafe maravilhoso , pequeno simples , a segunda da uma ideia das tortas, a estatua dos trbalhadores, simboliza a reconstrucao de Essen pos guerra e a ultima é o maravilhoso parque ...que eu amei.

sábado, 17 de setembro de 2011

Dalai Lama

Dalai Lama
Há algum tempo eu acredito que nada é por acaso. As coisas nos acontecem com um sentido. Nem sempre conseguimos entender, mas o sentido existe e sempre é para o nosso crescimento.
Frente a tantas noticias ruins que me desanimam a assistir os noticiários, eu ligo a TV de manhã bem cedo e esta lá a noticia da visita do Dalai Lama ao Brasil. E o repórter ainda completa que ele prega a tolerância.
Não é só a tolerância, ele prega a tolerância, o amor, o perdão, a simplicidade, a forca em seus princípios, a moralidade e a paciência. O budismo é uma opção, mas todas as religiões pregam os mesmos princípios de moralidade
Diz o Dalai Lama “Não importa se somos crentes ou agnósticos, se acreditamos em Deus ou no carma, todos podemos nos empenhar pelos princípios morais.”
Nestes nossos tempos de abalos na credibilidade, de dificuldades em acreditar na honestidade dos que nos governam ou dos que nos cercam, a primeira providencia é olhar dentro de nossos corações e reavivar, relembrar e exigir de nos mesmos os princípios, eu ate diria relembrar a necessidade de todos os dias se munir de paciência, tolerância e capacidade de perdoar antes de sair de casa. Isto seria uma pratica verdadeira da religião.
Como nos relembra o Dalai Lama: “Estamos todos aqui neste planeta, por assim dizer, como turistas. Nenhum de nós pode morar aqui para sempre. O maior tempo que podemos ficar são aproximadamente cem anos. Sendo assim, enquanto estamos aqui, deveríamos procurar ter um bom coração e fazer de nossas vidas algo de positivo e útil.
Quer vivamos poucos anos ou um século inteiro, seria lamentável e triste passar esse tempo agravando os problemas que afligem as outras pessoas, os animais e o ambiente. O mais importante de tudo é ser uma boa pessoa.

Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo , qualquer um pode recomeçar agora e fazer um novo fim

Neste fim de semana assista em poucos minutos este comercial indiano e veja como uma boa atitude pode gerar mudanças!!!
http://www.youtube.com/watch?v=NlxgpB7qdI0&NR=1

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pura magia

Pura magia
De tempos em tempos eu releio livros. Eu nunca tinha parado para pensar porque os releio e há alguns anos comecei a pensar sobre meus desejos, meus porquês. Eu releio porque de alguma maneira o livro foi meu amigo em um momento importante da minha vida. Eu releio porque as minhas respostas , respostas construídas em meu coração , também já foram vividas e sentidas, e estão ali, naquele livro. Eu me lembrei de um dos primeiros livros que incitam o pensamento que li após uma lacuna de tempo lendo só sobre medicina, e deixando de lado as leituras não técnicas. Durante a faculdade de Medicina, estudei bastante, li livros técnicos ou afins e pouco tempo sobrou já que tive a primeira filha neste período. O tempo não era mais meu.
A filha foi para a escolinha, trabalhando e eu grávida da segunda filha , fiquei de repouso e me debrucei na leitura novamente. Eu ganhei o livro “Fernão Capelo Gaivota”de Richard Bach, da diretora da escola da minha pimpolha. Este livro foi um divisor de águas para que eu retomasse a minha capacidade de olhar para dentro de mim mesma. A criança, a filha exige da mãe a capacidade de voltar ao mundo de fantasia. Nas historinhas, na imaginação e na capacidade de criar de uma criança, se descortina um mundo meio esquecido pelo adulto e permitir que ele acorde , também é retomar fazer parte deste mundo mágico.
" Pensamos que, às vezes, não restou um só dragão.
Não há mais qualquer bravo cavaleiro, nem uma única princesa a passear por florestas encantadas.
Pensamos às vezes, que a nossa era está além das fronteiras, além das aventuras. Que o destino já passou do horizonte e se foi para sempre.
É um prazer estar enganado.
Princesas e cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério e aventura... Não existem apenas aqui e agora, mas também continuam a ser tudo o que já existiu nesse mundo.
Em nosso século, só mudaram de roupagem. As aparências se tornaram tão insidiosas que as princesas e cavaleiros podem se esconder uns dos outros, podem se esconder até de si mesmos.
Contudo, os mestres da realidade ainda nos encontram, em sonhos,
para nos dizerem que nunca perdemos o escudo de que precisamos contra os dragões; que uma descarga de fogo azul nos envolve agora, a fim de que possamos mudar o mundo como desejarmos.
A intuição sussurra a verdade!
Não somos poeira, somos magia!
Feche os olhos e siga sua intuição."
Richard Bach
Obrigada , Richard Bach por me trazer de volta a magia de tempos em tempos....

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O tempo

O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Mário Quintana

Para ter tempo é preciso acreditar que voce merece um tempo so seu . Tempo para ler, para abracar um amigo, para um hobby que lhe faça bem, para amar, para dar um telefonema e matar saudades, para olhar fotos, ouvir musicas ou simplesmente brincar com o gato...

Quem sabe um tempo para uma prainha.....

terça-feira, 13 de setembro de 2011

brincadeiras antigas

Brincadeiras de criança

Eu acho que sou uma saudosista. Eu sempre acho que muita coisa nova, tecnológica e que facilita a vida é uma boa coisa e desfruto de algumas, como a internet, o notebook , o celular (com restrições) e a facilidade do avião por exemplo.
Mas eu tenho saudades de algumas coisas do passado e uma coisa que faz falta nos nossos dias são as brincadeiras de criança. O bebe interage com o mundo no contato com a mãe. É a mãe que brinca com ele, e brincadeira para o bebe é importante. Brincar desenvolve a motricidade, ensina a sentar, engatinhar, andar, e no dialogo, a falar. Quem já não se divertiu com uma mãe brincando de “serra serra” com o bebe? A criança aprende a sentar e depois a se levantar nesta simples brincadeira. A criança cresce e ai brincadeira é coisa seria. Quem já parou em silencio perto de uma criança montando pecinhas de qualquer brinquedo, ou construindo com terra sabe a seriedade que a criança tem nesta hora. Ela se compenetra, brinca e cria.
As brincadeiras de crianças um pouco maiores, antigamente, eram em grupo. As meninas brincando de roda com cantigas conhecidas até hoje, como “atirei o pau no gato”, “ciranda-cirandinha”, ‘serra-serra, “samba lelê . Brincadeira de pular amarelinha,jogar pião , esconde-esconde, bolinhas de gude, pipa. As meninas brincando de casinha, os meninos com coleções de figurinha.
Antigamente as crianças para brincar tinham que usar a criatividade. Os brinquedos eram poucos , então as crianças inventavam brinquedos e brincadeiras . O que hoje chamamos de reciclagem era o dia a dia das crianças. Fazer moveis com caixinhas de fósforo, telefone sem fio com latas de massa de tomate, fogãozinho com cacos de tijolos, caminhãozinho com tabuas de caixotinho e por ai se vai .
Mas hoje as crianças não devem nem saber o que são essas brincadeiras. O desenvolvimento tecnológico transformou o mundo deles e trouxe a tona brinquedos que não exigem criatividade, muito menos esforço. Os brinquedos são acionados , eletrônicos, brincam sozinhos, ou são jogos solitários nos vídeo games e computador. Ou passam-se horas na frente da TV
Se você quer que seus filhos retomem as brincadeiras do passado, nada melhor do que tirar algum tempo e ensinar para eles que para brincar não é preciso gastar. Uma boa opção é ensinar para eles as brincadeiras que você mais gostava e assim também brincar junto com eles. Mas lembre-se que as relações são vias de mão dupla, assim como você vai ensinar as brincadeiras, aprenda as brincadeiras atuais deles. Faça uma saudável troca.
Educação de crianças é sempre ensinar e também aprender com eles.


imagens retiradas da net

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Boa semana

Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.

Cora Coralina

e ainda segue:

Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores.

domingo, 11 de setembro de 2011

Ver é muito complicado




Ver é muito complicado

Como é estranho olhar ao redor e definir o que se vê. A cultura colocou normas e regras e às vezes o estranhamento que se sente ao ver diferente ate assusta.
A criança ainda vê diferente, vê com liberdade e sem se preocupar com tantos estereótipos.
No sábado sai de casa para fotografar os ipês amarelos da Praça Brasil, praça central de Rondonópolis.
No caminho me lembrei de uma coisa ocorrida há anos: uma criança desenhou uma arvore amarela. A professora pediu que se desenhasse uma casa, uma arvore e uma flor. Entregou o desenho pronto. Recebeu depois e estava escrito: lindo desenho, mas o sol é amarelo, a flor pode ser rosa vermelha e a arvore é verde. É muito triste se prender ao desenho da cartilha e não olhar ao redor. A professora talvez nem se lembre de ter visto quadros de Van Gogh ou de Tarcilla do Amaral, ou simplesmente não aceite a maneira diferente de se olhar o mundo.
Ela não precisaria ir longe, o cartão postal de Rondonópolis é o ipê amarelo em flor em frente da igreja. Mas existem ipês rosa, arvores branca, a paineira toda rosa ou as cerejeiras do Japão.
Esta criança brigou por seu direito de ter uma arvore amarela e sua mãe também. Espero que a professora tenha aberto sua mente.
As fotos do ipê estão lindas, mas para contrariar mais ainda as regras a tarde estava quente e na volta para casa comprei uma linda, saborosa e cheirosa MAÇÃ VERDE.
Eu sou do contra....

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Receita para espantar a tristeza

Receita de espantar a tristeza
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Faça uma careta
e mande a tristeza
pra longe pro outro lado
do mar ou da lua

vá para o meio da rua
e plante bananeira
faça alguma besteira

depois estique os braços
apanhe a primeira estrela
e procure o melhor amigo
para um longo e apertado abraço.
Roseana Murray

Indignação

Esta semana eu passei por duas situações de absoluta falta de cidadania. Vi duas vezes um ser humano desrespeitar o outro vilmente, brutalmente.
Eu estava a caminho do trabalho, em baixa velocidade já que o transito na minha cidade é caótico, tem milhares de motos e ninguém respeita as leis e as normas. Na faixa estava passando um senhor, lentamente com alguma dificuldade. Eu parei bem antes e fiquei aguardando, o carro ao meu lado também parou. Bem atrás do meu carro parou uma caminhonete e afundou a mão na buzina. Aguardei. Ele desceu veio à minha janela, esmurrou, abri uma fresta e escutei: sua dondoca, eu preciso trabalhar! Eu me neguei a justificar apenas apontei e disse: é faixa, direito do pedestre e fechei a janela. Eu sai e ele me ultrapassou pela faixa de estacionamento cantando os pneus.
Fui me acalmando e cheguei ao trabalho Eu sou pediatra e estava no segundo atendimento quando escuto uma gritaria na sala de espera. Eu sai e estava a maior correria. Uma avó que acompanhava o neto na consulta foi atropelada na rua bem em frente ao meu consultório. O motoqueiro que a atropelou, em alta velocidade evadiu-se sem prestar assistência. Nos lhe prestamos socorro, acolhemos e encaminhamos a emergência após localizar a filha, que a levou. Os machucados não foram grandes, mas a indignação de todos sim
Eu fico indignada e revoltada com o desrespeito do motorista da moto, com o descaso em abandoná-la, com a irresponsabilidade de trafegar em alta velocidade sem se importar com os pedestres. Eu fico indignada com o motorista da caminhonete no desrespeito a faixa de pedestre, e principalmente no desrespeito aos mais velhos.
Eu realmente acho que precisa existir uma mudança. As leis existem, mas não são cumpridas. Como acreditar em cumprimento de uma lei se a impunidade grassa em nosso país? Se alguém desvia verbas e dinheiro e acaba tudo bem, e não precisa nem devolver o dinheiro porque ser honesto? Se pode-se receber dinheiro ilícito e tudo “acaba em pizza”porque se preocupar com o outro?
Simplesmente existir a lei e implanta-la não é garantia de que o ser humano va respeitar o outro. É preciso mais para que a próxima geração , as crianças de hoje, quando adultos jovens sejam cidadãos cumpridores da lei.
-Não é de mais leis que precisamos, é de cumprimento delas
-Criança aprende com exemplos, então respeite a faixa, ajude, coopere, e ela assimilará.
-Pense em dirigir com mais cuidado
-Respire fundo e conte ate 10, e se acalme antes de responder a uma agressão no transito
-Pratique a gentileza
Todos nós, inclusive eu, devemos pensar sobre isto todos os dias

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Edward

Meu gato
Meu gato tem problemas de identidade.
Edward, seu nome, ou Ed como gosta de ser chamado não tem as habituais atitudes felinas.
Ed foi abandonado ao nascer, foi levado para um abrigo em Curitiba Paraná, e de lá foi adotado pela minha filha e meu genro, para me trazerem. Eu queria um gato branco de um olho amarelo e um azul. Ele é o gato dos meus sonhos.
Ele ficou primeiro em um espaço restrito de um abrigo, daí foi para um apartamento pequeno em Curitiba. Ele veio de avião e chegou a sua casa definitiva em Rondonópolis, Mato Grosso. Desde seu primeiro dia na casa já fez suas escolhas e optou por seus lugares prediletos.
Ele adora dormir em cima do piano (ponto mais alto da sala), dentro do meu guarda roupa (que eu insisto em rearrumar e ele joga tudo para fora), e o banco do jardim. Ele não gosta da sua casinha.
Ate aqui estou descrevendo um gato. Mas ele não sobe em muros, como os gatos, ele não sobe em mesas (só se tiver uma cadeira para ajudá-lo). Ele só come sua ração e biscoitos para gato, nem carne o atiça. Os dois únicos alimentos que o alucinam são osso (que ele partilha com sua irmã canina, Minie, uma poodle) que ele lambe prazerosamente e sorvete, que ele pede a quem estiver tomando.
O assunto de ser ou não um gato veio à tona esta semana porque eu comprei uma muda de amoreira, já produzindo. A auxiliar de casa me diz que os passarinhos irao comer todas. Eu disse que não, temos o Ed que não permitira que os passarinhos nos invadam e comam minhas amoras. Foi só risada em casa, ninguém acredita que Ed possa caçar um passarinho, alias não acreditam que ele possa assustar um passarinho.
Eu ainda acho que é intriga da oposição. E vocês o que acham?

Gato feroz...praticamente um "tigre asiatico"




sábado, 3 de setembro de 2011

Poesias para um fim de semana...

Poesias

Como eu gosto muito, acabo postando muitas poesias. A poesia sempre me faz rememorar minhas fantasias e meus sonhos de criança.
A criança tem seus devaneios e sonhos por imagens, só muito depois na vida, é que construímos nossos devaneios pela palavra. A criança enxerga grande, a criança enxerga belo. A criança constrói na poesia a historia dela e navega pelas palavras como se lá estivesse.
Só no imaginário infantil ou no dos poetas é que uma borboleta azul pode carregar o vento em suas asas e mergulhar através das nuvens trazendo de volta os raios de sol. Só neste imaginário podem as águas do rio subir nas pedras para passar nos pés do sapo, fazendo-o coaxar de alegria.
Ler uma poesia não pode ser uma obrigação. Porque para ler uma poesia faz-se necessário abrir a alma e permitir este mergulho na magia. So nas poesias as palavras não carecem de sentido. Pode-se brincar com as letras e com o sentido. Pode-se construir e desconstruir.
Porem uma poesia não é só um amontoado de palavras. Há sentido, há uma historia que fala a alma, que conta, que relata ou que brinca.
O poeta brinca como a criança, mas brinca com as palavras. Como Manoel de Barros que desinventa, inventa . Novas palavras tem mais sentido que as tradicionais. Atoando pela rua...realmente é andar preguicosamente sem lugar pré estabelecido para ir ou algo a fazer.
Roseana Murray brinca com o imaginário infantil...da criança e da criança que ainda habita dentro de mim...


"Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas
leituras não era a beleza das frases, mas a doença delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor, esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
- Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável, o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença,
pode muito que você carregue para o resto da vida um certo gosto por nadas...
E se riu.
Você não é de bugre? - ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios, não anda em estradas -
Pois é nos desvios que encontra as melhores surpresas e os ariticuns maduros.
Há que apenas saber errar bem o seu idioma.
Esse Padre Ezequiel foi o meu primeiro professor de
gramática".

Manoel de Barros

CAIXINHA MÁGICA

Fabrico uma caixa mágica
para guardar o que não cabe
em nenhum lugar:
a minha sombra
em dias de muito sol,
o amarelo que sobra
do girassol,
um suspiro de beija-flor,
invisíveis lágrimas de amor.

Fabrico a caixa com vento,
palavras e desequilíbrio,
e para fechá-la
com tudo o que leva dentro,
basta uma gota de tempo.

O que é que você quer
esconder na minha caixa?
Roseana Murray

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Meu jardim

O jardim da minha casa. O jardim do passado...
Ah!... O jardim..., que jardim maravilhosamente estranho, não um jardim desenhado e projetado mas um jardim de plantas “enfiadas” na terra, uma aqui outra acolá , sem nunca se preocupar se uma combinava com a outra, e com goiabeira no meio e roseiras e muitas ervas para chá entremeando meigas margaridas, amores perfeitos, boca de leão, capitão . Mas o meu predileto era o arbusto de “brinco de princesa” de lindas flores pingentes penduradas e que um dia meu pai sentado no jardim fumando cachimbo , com Beethoven ao fundo na vitrola, leu uma fabula de La Fontaine e finalizou inventando que aquela era a planta mágica que nos fazia princesas, por isso o nome que lhe foi dado. Cuidei anos deste arbusto mágico e agora também entendo a Pastoral ser minha musica predileta, ao ouvi-la posso me sentir “a princesa” do meu pai.
Sentada na rede em frente ao meu jardim de aqui e agora, me espanto, como a gente carrega partes da vida e as repete sem perceber, meu jardim é lindo, intenso, florido, vasto, denso e polimorfo, de tudo um pouco, saiu a goiabeira, mas tenho cocos e pitanga e no meio muita rosa, lírio, cactos e verde e ate mato ,e até muita erva para fazer chá. Aqui todos as manhãs vêm beija-flores e depois os outros pássaros e alguns lagartos .
Mudo de casa e levo parte do jardim . Agora o jardim é pequeno mas com flores e plantas e orquídeas e manjericão, e hortelã e pé de pinha.continua o meu jardim.
Se fecho os olhos e os abro rapidamente o que vejo é este e o outro que se sobrepõem, diferentes, mas quase iguais, e me vejo tentando lembrar-me dos detalhes do “brinco de princesa” para ver se acho uma muda. Muda de planta, estranho, chama-se muda a nova planta que se planta e ela muda : é uma nova planta, quase igual, mas é outra planta .
Viajando pela terra natal de meu pai, fiquei maravilhada com os jardins. Eles tem flores e frutas . Tem muitas rosas e pé de maçã e uva. E tem capitão, muito capitão. Meu pai tinha em Presidente Prudente um jardim alemão. Este jardim vou carregar sempre no coração ...

meu jardim
jardim de Mertesdorf
Lindo!!!












quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Conversas

Quando guri, eu tinha de me calar, à mesa: só as pessoas grandes falavam. Agora, depois de adulto, tenho de ficar calado para as crianças falarem.
Mario Quintana
Direitos e deveres

Os tempos mudaram. A educação infantil mudou em alguns aspectos para melhor, muito melhor. Em alguns aspectos, para pior. Hoje as crianças têm um maior espaço para conversar, de expor suas opiniões, de perguntar. Mas a confusão se instalou em algumas famílias. Espaço de participação é diferente da tirania instalada de que a criança manda e desmanda. Ela age sem limites e só ela pode falar e opinar.
Direitos iguais e deveres iguais. Um fala o outro se cala. O adulto fala, os outros adultos e as crianças devem se calar e ouvir, a seguir a criança fala e todos a escutam. Isso é dialogo, conversa produtiva, respeito mutuo.
Eu sempre acho que a educação deve ser pensada. Aproveitemos a modernidade, que permite crianças questionadoras. Mas devemos não nos esquecer que limites não caíram de moda. A criança deve ser ensinada a respeitar uma conversa. Ela deve aprender a esperar a sua vez de falar. Mas deve também ser respeitada. Quando você a respeita ela aprende os limites na pratica, em ação.
Ensinar não é fácil, porque é serviço de dia a dia, constante. O resultado compensa.
crianças de antigamente
Hora de conversar...hora de calar