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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Visita

Visita


Envelheceu o nosso pai,
Se fez longínquo.
De olhos abertos
Dorme o sono das pedras,
Seu reino é uma ilha.

Ele sabe o nosso horror
Debaixo do sorriso,
Tudo ele vê, toca, atravessa,
Nossa bruma,
Nossa mão escondida.

O silêncio está tão perto,
Nós fechamos os ouvidos.
Ele passa lentamente,
Envergonha a nossa pressa
E se retira.


A penumbra de cada visita
Nos dai hoje,
Rezamos (sem rezar)
Todos os dias.  ( Mariana Ianelli)

Este poema me reportou aos meus pais ,principalmente  meu pai que se foi da nossa presença há mais tempo.
Eu converso com ele sempre que me sinto ansiosa com algum problema, ou me sentindo meio só. Ele sabe do que preciso . Nesta interlocução silenciosa eu mato minha saudade. Converso como se junto estivesse. No silencio encontro a minha resposta.
Pai... me significa muito.
Sou um ser social...sou um ser familiar.
Eu converso com minha mae , também. È uma conversa diferente, normalmente na cozinha. Eu estou resgatando as receitas de família, ai ela se faz presente. Mato as saudades dela , cozinhando e comendo.

A minha historia me formou, e me forma a cada dia. A minha ancestralidade me significa e ressignifica. Mato a saudade conversando em silencio, e a cada dia mais mergulhando em minha historia, me reencontro com meu pai. Meus avós, tias e tios e primos se fazem presente mais concretamente em meu viver. É uma cadeia que se une ao meu viver. Eu sou assim. Um ser forte e denso em minha historia e um ser  mutante, evoluindo , crescendo.