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segunda-feira, 29 de junho de 2015

29 de junho

Hoje é 29 de junho. Hoje Leonor , minha mae completaria 93 anos de vida . Eu sinto saudades, nao é dor, eu sei que seguimos um trilhar de nascimento, crescimento, e inexoravelmente um dia morreremos.
É saudade mesmo, é relembrar os bons momentos, as risadas, o passeio no Atacadão supermercado ( ela so comprava Fanta e besteirinhas) , comer carne de porco todo final de semana e em comemoraçoes ( comemorava ate entrada da primavera hahahaha), fazer caminhada no horto ( eu caminhava e ela tomava muito sorvete de coco) , comer muito pao de queijo e mexer com suas plantinhas.
Ela amava viajar e amava andar de aviao.
em uma ocasiao me pediu um blaser, chique como ela dizia. Era para usar em viagens de aviao. Fomos a uma costureira especial, fizemos um lindo blaser preto.
no dia da viagem , la vem ela de blusinha quentinha , velhinha e o blaser nos braços. Eu perguntei : nao vai de blaser. Logico que vou,me diz ela , vai no braço como as mulheres chiques. Por muitos anos este blaser andou de aviao!!
Por estas e outras  coisinhas que a saudade é grande.
Voce Leonor eu sei que esta bem, em seu aniversario fique com as minhas oraçoes e a minha saudade.
 Mamae e sua neta Juliana
 Beth minha irma, juliana e mamae
mamae , eu , Juliana e Laura suas netas

sexta-feira, 19 de junho de 2015

O QUE FALTA NUM RETRATO


O QUE FALTA NUM RETRATO

Um retrato aprisiona com luz e sombra
um fragmento do instante,
o que os olhos querem guardar:
um encontro,
uma gota de um momento.
Janela aberta para o passado,
ponte sobre o tempo que escorre.
Mas faltam o cheiro e o gosto.
Roseana Murray

Eu tenho “viajado” no tempo e no espaço com as fotos da família. Tanto as fotos da família Oliveira que estou escaneando e  montando meus álbuns, como as fotos da famila Krisam , fotos antigas dos meus álbuns e as que estou recebendo da Alemanha. Eu gosto de fotos , mas gosto mais de interagir e escutar historias ao vivo, Dividir as lembranças.
Eu as vezes surpreendo as pessoas porque embora as vezes eu fotografe bastante, na maioria das vezes eu tiro so uma ou outra foto, ou nenhuma.  Quando isto acontece é porque  viver o momento me é mais importante, ai eu não perco tempo fotografando.
A lembrança dentro da minha memoria é o mais importante. Eu gosto de assistir e ouvir uma orquestra , em silencio, sem me preocupar em filmar ou fotografar. Eu gosto de abraçar , com emoção no Ano Novo e não fotografar ,nem compartilhar.
A vida é para ser vivida.
Em um aniversario, curto a festa. Em um passeio, curto a paisagem. Em um encontro, curto o papo. Em uma palestra, aprendo. Em uma missa, rezo.

Uma amiga, que tira foto de tudo ate de comidas, me perguntou : e na velhice como você vai fazer para lembrar? Eu disse a ela que se eu estiver mentalmente saudável a memoria me trará as lembranças, se eu estiver com Alzheimer nem a foto me trará as lembranças.

terça-feira, 9 de junho de 2015

“PERNAS DE GELEIA”

“PERNAS DE GELEIA”
 Esta semana eu passei por 2 pequenos acidentes. Ontem uma mãe deixa o bebe sobre a maca de exame e vai ver uma mensagem no celular. A criança rola e eu a pego pelo pé , com minha mão esquerda. Após gritar com a mãe que se assusta e “cata” o bebe suspenso.
Apenas um susto para o bebe, uma bronca na mãe e o meu pulso inchado e doendo.
Hoje um tombo. Eu sempre pego um suco ou uma salada na lanchonete do hospital ao lado da minha clinica.  Eu faço sempre o mesmo trajeto , mas neste trajeto há um trecho em obras. Eu me distrai e topei o meu pé num vão com uma pedra e cai. Eu ralei os 2 joelhos, bati a mão que já estava doendo . Que dor.
Eu estou com os 2 joelhos ralados mas o que doi é o meu dedão, roxo e latejando.
Eu estava fazendo o curativo e rindo.  A Vanilza ( trabalhamos juntas) não entendeu e perguntou: com dor e rindo?
Parando o riso contei da minha infância. Eu corria bastante brincando junto com a minha irmã, mas a minha coordenação não era das melhores . Eu sempre corria e caia e esfolava os 2 joelhos. Ai voltava correndo para casa , chorando. O choro so aumentava com o álcool com arnica.
Quando a “casca da ferida” caia, la estava eu correndo de novo e um novo tombo e tudo recomeçava.
Minha irmã, menor, que nunca caia me apelidou de “pernas de geleia”. Uma alusão ao bambi, do filme da Disney , que ao começar a andar tinha pernas bambas, pernas de geleia.

Eu me lembro que morávamos na sobre esquina da confluência de 2 avenidas e a rua era em declive. Eu sempre caia na esquina de baixo , onde tinha um grande declive.  As vezes caia no plano também.
Acreditem , esta "tampinha " nunca caia. Pode??



segunda-feira, 1 de junho de 2015

O dia que fiquei invisível

O dia que fiquei invisível

Este texto da  Sra. Silvia Castillejon Peral, me fez imaginar envelhecimento. Estou na terceira idade, ainda bem saudável e trabalhando. Mas parando um momento para meditar , o texto é bem realístico. Criamos filhos para o mundo, os preparamos para seguir em frente, formar família, fazer carreira e viver a vida. Caberemos nestas vidas? So o tempo responderá. Teremos saúde para ficarmos só? Só o tempo respondera.  A partida sera tranquila? Esta resposta ficara para o ultimo dia. Ate la vou vivendo, trabalhando ,amando, convivendo .
Mas este texto realmente nos convida a repensar a vida.

“Perdi a noção do tempo. No meu quartinho não há mais folhinhas, na memória tudo está em reboliço. Coisas antigas foram desaparecendo como por encanto. Também fui apagando sem que ninguém se apercebesse. Morava com minha filha casada, porque sou viúva. Quando a família cresceu, me trocaram de quarto, para dar espaço ao novo membro que acabara de nascer. Passaram-me para a edícula, no fundo do terreno, com as tralhas da casa. Para serem “gentis” prometeram trocar o vidro quebrado da janela. Mas se esqueceram. Nas noites frias, o vento gelado aumenta minhas dores reumáticas.

Um dia minha voz desapareceu, os filhos e netos não me respondiam. Fiquei sem voz, pensei. Por sua vez, eles conversavam sem olhar para mim, como se eu não existisse. Tento lhes dizer algo, na esperança que apreciem meus conselhos, mas sou ignorada. Não respondem e nem sequer me olham. Nestas condições, me retiro de fininho e vou para meu canto antes de terminar a caneca de café.  Fiz isto várias vezes, para compreenderem que estou magoada e então pedirem perdão...  Mas ninguém vem. Depois de mais uma noite de insônia e mágoa tento lhes dizer: - Quando morrer, ai sim vão sentir minha falta.  Neste momento meu neto em deboche diz:  - Estás viva ainda vó?

Numa certa manhã, um dos meninos entrou no meu quartinho, jogou umas rodas de bicicletas, sem notar minha presença com ao menos um oi vó. Mas nada disso aconteceu.  Então me convenci, fiquei invisível.

Houve um dia quando os meninos me disseram que no dia seguinte iríamos todos ao campo, neste raro momento me tornei visível novamente. Apalpei meus braços e me reconheci, fiquei feliz. Sorria como criança de contentamento. Fazia tanto tempo que não saia!

Fui a primeira se levantar. Arrumei-me logo para não correr o risco de atrasá-los. Em pouco tempo, todos entravam e saiam da casa, jogando bolsas e brinquedos no carro. Eu já estava pronta, feliz. Esperei aguardando me chamarem. Mas nada disso aconteceu. Devo ter ficado invisível novamente – pensei. Procurei me justificar, a família cresceu e não sobrou lugar para mim.

Neste momento, caí na real e tive vontade de chorar. Mas pensei, são jovens, riem, sonham, se abraçam, se beijam. E eu... bem, antes beijava os meninos e as meninas, me agradava tê-los nos braços, era um pedaço de mim continuando a vida. Ah, até cantava canções de ninar para que fossem absorvidos pelo sono.

Um dia minha neta acabava de ter um bebê, minha bisneta! Que alegria.  Sem cerimônia me disse que não era bom que os velhos beijassem os bebês por questões de higiene. Poderia contaminá-los. Desde então, não me aproximei de tanto medo de contagiá-los! Mas eu os bendigo e a todos perdoo, porque... que culpa eles têm de eu ter-me tornado invisível? “


Depois desta história, me convenci de que existem milhões de seres ocultos, zumbis invisíveis nos asilos e hospitais porque se tornaram irrelevantes, ou um estorvo, ou um nada para a sociedade e para o progresso. Tornaram-se socialmente invisíveis. Queira Deus que muitos cheguem pelo menos a ser invisíveis, porque outros nem lá chegam, atropelados pela indiferença e pela ausência de amor.”