Visita
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Envelheceu o nosso pai, Se fez longínquo. De olhos abertos Dorme o sono das pedras, Seu reino é uma ilha.
Ele sabe o nosso horror
Debaixo do sorriso, Tudo ele vê, toca, atravessa, Nossa bruma, Nossa mão escondida.
O silêncio está tão perto,
Nós fechamos os ouvidos. Ele passa lentamente, Envergonha a nossa pressa E se retira.
A penumbra de cada visita
Nos dai hoje, Rezamos (sem rezar) Todos os dias. ( Mariana Ianelli) |
Este poema me reportou aos meus pais ,principalmente meu pai que se foi da nossa presença há mais
tempo.
Eu converso com ele sempre que me sinto ansiosa com algum
problema, ou me sentindo meio só. Ele sabe do que preciso . Nesta interlocução
silenciosa eu mato minha saudade. Converso como se junto estivesse. No silencio
encontro a minha resposta.
Pai... me significa muito.
Sou um ser social...sou um ser familiar.
Eu converso com minha mae , também. È uma conversa
diferente, normalmente na cozinha. Eu estou resgatando as receitas de família,
ai ela se faz presente. Mato as saudades dela , cozinhando e comendo.
A minha historia me formou, e me forma a cada dia. A minha
ancestralidade me significa e ressignifica. Mato a saudade conversando em
silencio, e a cada dia mais mergulhando em minha historia, me reencontro com
meu pai. Meus avós, tias e tios e primos se fazem presente mais concretamente
em meu viver. É uma cadeia que se une ao meu viver. Eu sou assim. Um ser forte
e denso em minha historia e um ser
mutante, evoluindo , crescendo.
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