INTOLERANCIA
O ser humano sempre me surpreende. Estive de férias em São
Paulo. Eu amo São Paulo, gosto de andar, gosto de passear.
No domingo de manha passeando na feira de artesanato da
Praça da Republica, eu parei em uma barraca para tomar uma agua mineral. Um
senhor de idade avançada se aproxima de mim e pede uma moeda pra completar e comprar
um lanche . Ele esta com 2 reais na mão, o espeto de carne custa 4 reais.
Ele é bem idoso , de roupas bem comuns mas esta limpo e sem
cheiro de bebida alcolica.
Eu me dirijo a moça da barraca e peço a oferta : 2 espetos e
uma garapa por 8 reais. Ela se vira para pegar um resto sobre a mesa, como se
ele não merecesse a minha oferta. Enfureci.
Fui enfática e disse: a senhora me sirva com presteza,
educação e me entregue o que pedi. Quero estes dois de qualidade, no pratinho
como todos estão sendo servidos e com guardanapos. É isto ou uma denuncia de
discriminação. Pode escolher. E complementei : e vamos comer na mesa.
O senhor comeu com fome e prazer. Neste curto período de
tempo pode me contar que não tem mais família, dorme em um albergue , como
quando da, e as vezes uma senhora lhe fornece comida mesmo, como hoje. Ele me
conta que a “velha “ morreu de doença ruim e os filhos morreram antes dele, o
que ele acha a única ingratidão de Deus em sua vida. E me diz que ainda tem
esperança de voltar para Minas Gerais. Ele me agradeceu e eu ganhei tambem um olhar
fulminante da moça da barraca.
Eu fiquei pensando em como pessoas podem ser intolerantes.
As vezes pequenos gestos ofendem enormemente. Eu senti vergonha . Eu me senti
indignada . Eu senti uma dor imensa.
Como pode alguém agir com dois grandes desrespeito:
desrespeitou o meu pedido de cliente e desrespeitou um senhor de idade. A este desrespeito eu não perdoo.
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