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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Subindo a montanha

SUBINDO A MONTANHA

Ir à busca da minha historia, da historia de vida de minha mãe e de meu pai reavivou a minha memoria.
Estando eu a pensar na vida, me lembrei de que um dia fui conversar com meu pai sobre uma decisão, uma oportunidade. Ele de maneira muito sábia me contou uma ideia de vida.
“a vida é um trem em movimento, com uma estação de partida e uma estação final. Ele não anda em círculos e nem retorna, só segue em frente. Entramos e seguimos e em cada estação, etapa de vida, podemos entrar e seguir em frente ou parar mais um pouco. A oportunidade de seguir não se repetira. Outra oportunidade vira, mas não aquela. Também jamais saberemos o que aquela oportunidade seria no futuro. Decida-se e esqueça as outras estações. Viva a vida”.
Não adianta olhar so para o passado. O passado é minha historia de vida, me significa, e me explica. O presente é o que vivo, e como vivo meu presente depende do quanto vivo bem com a minha historia de vida.
A minha ancestralidade tem muito efeito em minha pessoa. Somos seres sociais e ressignificados pela nossa historia.
Eu tenho pensado as etapas da vida de uma maneira  um pouco diferente. Eu tenho pensado dentro do meu jeito, a caminhada. Subindo uma montanha.
Ao iniciar uma trilha montanha acima , vejo a trilha e imagino a subida. Inicio , cansa bastante mas sigo em frente , tem retas , tem curvas , tem mata, tem chão de terra e ao subir , se desviarmos os ohos só do caminho, seremos abençoados com imagens diferentes  a cada etapa da subida. É so olhar para baixo´ou para tras , ou para cima. Brindes a cada etapa.
Eu sempre gosto de caminhar pensando ou pensar caminhando...
A vida é um misto de programação e de surpresas....que bom
Este pensamento me levou a uma subida de um morro em que me aventurei sozinho, sem muito pensar. Estou em Mertesdorf, Alemanha e resolvo ir a Klusserath onde “rezava a lenda “ eu tinha uma vinícola para encontrar. Na parada do ônibus, sem falar alemão, depois de uma hore tentando ler as indicações encontrei um ônibus para Bekond, que estava na minha memoria este nome, e era metade do caminho à Klusserath. Eu fui. Em Bekond, cidade pequena , de inúmeros pés de maçã, não encontrei um alemão falando inglês, após varias tentativas uma jovem mulher me diz que Klusserath fica a 5 km. Que legal , faço 7 a 8 de caminhada brincando, vai ser fácil, bem fácil.
Eu fui, mas foi um grande engano.
Após 2 km de uma pequena estrada margeando a rodovia, sentindo ate calor, chego a uma encruzilhada e há 2 possibilidades Eu como sou uma boa brasileira escolhi o menor trajeto. Foi um baita engano! A subida é linda mas é pesada e após 200 metros acaba o asfalto e começa uma estrada de terra, de dois metros e meio de largura , não consegue espaço nem para passar um carro . De um lado esta  a montanha com uma mata margeada de arvores de frutas e do outro lado o vinhedo na encosta, praticamente uma ribanceira. Eu subo, como frutas e subo, subo, subo e subo. Pensa em 2,6 km difíceis, um quilometro subindo, seiscentos metros no topo e 01 km descendo.
No topo do morro senti que o cansaço valeu a pena. Eu me sentei no chão e fiquei a obervar a vista, a perder de vista . La embaixo  se ve Klusserath e o vale do Mosela. Que magnifica visão. Valeu o cansaço

Não achei a vinícola, nem os parentes. Pensei comigo: quem sabe na próxima vez!!


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