Educar é trabalho árduo
No meu trabalho de pediatra, tanto no consultório como no hospital, eu tenho observado um número cada vez maior de crianças indisciplinadas, sem limites, que fazem o que querem sem serem repreendidas. Fazem o que querem na presença dos pais.
Os pais encontram-se perdidos na educação infantil, com medo de serem severos, tornam-se omissos e permissivos. As crianças podem tudo, agridem companheiros de brincadeiras, irmãos, às vezes agridem ate pai e mãe.
Com medo de dizer não, os pais perdem a oportunidade de educar e preparar para a vida. A criança precisa do sim, do apoio e dos elogios, mas a criança que escuta um não na hora certa consegue aprendera diferenciar o certo do errado e isto só faz bem. Ela aprende a tomar decisões, ela se prepara para os sins e nãos do seu futuro.
São função e obrigação dos pais ensinarem, e cobrar obediência nas coisas importantes, mas pai e mãe têm que dar exemplos, como obedecer às leis de transito, não burlar regras, não furar filas de banco e supermercado, e principalmente não cumprir tratos com outros ou com a criança. Pelo exemplo consegue se ensinar, e a criança entende melhor.
O estabelecimento de normas e regras ajuda a criança a entender limites. Normas simples como horário de dormir e de acordar, horário de escovar dentes, refeições com a família, são pequenos atos que ensinam limites.
A organização, que não precisa ser excessivamente rígida, ensina o respeito aos bens pessoais e comunitários.
Só não é possível que se terceirize a colocação de limites.
Não é a secretaria que deve ensinar a cuidar dos brinquedos da sala de espera e o respeito às crianças que brincam junto
Não é a professora que deve ensinar a cuidar dos pertences pessoais e o respeito aos colegas
Não é a policia que deve ensinar os limites na rua.
Como dizia meu pai, educação começa e continua em casa.
Para transformar crianças em verdadeiros cidadãos, são necessários pais que eduquem com limites, carinho e exemplos.
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