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segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Antigamente...

Antigamente...

Que vagares incertos, passam as horas e às vezes dias e me encontro de novo nesta viagem em busca de minhas memorias. Desta vez estou não criança mas em uma brincadeira dançante, nossa que antigo, brincadeira dançante em fim de tarde e começo de noite em que cada um levava um pratinho de salgado e uma tubaina e se paquerava muito , com olhares furtivos , e quem sabe ate um pedido para dançar .No começo da brincadeira muito Roberto, Erasmo e Vanderleia na vitrolinha , depois Beatles e lá pelas oito horas , quase hora de ir embora, musica lenta , suave para dançar juntinho. Que lembrança , a paquera já ia lá pelas suas varias semanas de olhares roubados , de recadinhos e veio o convite para dançar, um jovem dois anos mais velho, mais velho..., lindo e só de pegar na minha mão , veio aquele frio na barriga e aquela emoção da primeira vez,minha primeira dança junto de um rapaz e me senti pesada e flutuando ao mesmo tempo , sumiu a sala e o mundo e não me lembro de muita coisa , de palavras não me recordo , só de um mergulho em seus negros olhos e a sua mão úmida segurando a minha e a imensa vontade de parar o tempo , congelar o momento e  nem sair do lugar.
Tempo. Tempo que nem sei quanto e o sim ao pedido de namoro, naquela época o pedido era formal , e voltar para minha casa de mãos dadas, ate o portão . O sabor daquele beijo roubado e rápido durou tempo, muito tempo. Como é bom recordar que houve um primeiro beijo. Como é bom recordar que foi bom o primeiro beijo. Namoro de passear na praça de mãos dadas, de beijos roubados no escurinho do cinema, de ganhar muita rosa roubada de jardins alheios . Durou pouco. Dura ate hoje a sensação gostosa de que é possível sentir o mundo em duas mãos que se tocam , se buscam e se encontram. Nada pode ser mais sensual que duas mãos que se descobrem , dá para se estar inteira em um toque.
             Toque de seda e de areia , de secura e umidade, de suavidade e força, de prazer infinito em um momento.


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